A saúde de Miqdad al-Qawasmi — palestino em greve de fome há meses, encarcerado por Israel sem acusação ou julgamento — está perto do colapso, confirmou sua mãe, após ativistas exigirem sua soltura, junto de outros conterrâneos em situação similar.
Al-Qawasmi perdeu quase metade de seu peso desde 21 de julho, quando começou a recusar alimentos e recorrer apenas à água, em protesto contra sua detenção administrativa.
Seu ato de resistência — junto de outros cinco presos também em greve de fome, na Cisjordânia ocupada — tornou-se simbólico contra o mecanismo israelense para deter nativos palestinos indefinidamente, conforme arbítrio das cortes coloniais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia já condenaram a prática.
Sem conseguir falar, al-Qawasmi, de 24 anos, é o caso mais sensível dentre os seis prisioneiros.
“Sua saúde está quase em colapso devido a sua greve de fome; ele está em alto risco”, declarou sua mãe, Iman al-Qawasmi, à agência Reuters, na última semana, quando conseguiu visitar a unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital de Kaplan, perto de Tel Aviv.
“Porque ninguém intervém para salvar a vida de outro ser humano?”, questionou Iman.
Al-Qawasmi passou semanas no centro médico em Rehovot antes de ser transferido de volta à clínica local da penitenciária israelense de Ramle.
Al-Qawasmi foi preso em janeiro; desde então, está em detenção administrativa sob pretexto de “informações embasadas apresentadas à corte” — às quais sua defesa não tem acesso, a despeito de parâmetros internacionais de legalidade.
Israel acusa o prisioneiro de envolvimento com o movimento Hamas.
Neste entremeio, cidadãos palestinos conduziram protestos por toda a Cisjordânia ocupada, em apoio a al-Qawasmi e seus cinco colegas em greve de fome.
“Exortamos a Autoridade Palestina a mobilizar seus recursos … para garantir a solidariedade internacional aos prisioneiros”, declarou o ativista Omar Assaf, durante ato em Ramallah.
Há atualmente cerca de 500 prisioneiros sob detenção administrativa nas cadeias de Israel, segundo estimativas palestinas. Israel, contudo, recusa-se a revelar o número exato.
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