Os serviços secretos espanhóis confirmaram que um drone foi usado para atingir os dois caminhões argelinos perto da fronteira entre o Saara Ocidental e a Mauritânia, levando à morte de três argelinos, noticiou o jornal El País.
De acordo com o jornal, a inteligência espanhola tem “sérias dúvidas” de que o ataque ocorreu por engano.
A avaliação da inteligência espanhola coincidiu com as declarações argelinas, que confirmaram que os dois caminhões haviam sido atacados com uma arma sofisticada.
Na semana passada, a Argélia anunciou que “vários elementos apontam o envolvimento das forças de ocupação marroquinas no Saara Ocidental na perpetração deste assassinato covarde utilizando armas avançadas, o que é uma nova manifestação de agressão brutal que representa uma característica de uma política conhecida pela expansão e intimidação regional”. Marrocos negou as acusações.
A Argélia enviou cartas a várias organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas (ONU), a União Africana (UA), a Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica (OIC), informando-as da “extrema seriedade do ato de terrorismo de Estado que foi cometido e que não pode ser justificado em nenhuma circunstância”.
O novo desenvolvimento se soma às tensões latentes entre os dois vizinhos, que aumentaram em 24 de agosto, quando a Argélia rompeu relações diplomáticas com o Marrocos, acusando Rabat de ter “tendências hostis”. O Marrocos, por sua vez, rejeitou as acusações argelinas.
Os laços Argélia-Marrocos são tensos há décadas, no contexto da disputada região do Saara entre Rabat e a Frente Polisario, apoiada pela Argélia.
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