Nesta quarta-feira (10), ao reunir-se com uma delegação do Capitólio, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, o Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina (AP) Mohammad Shtayyeh advertiu que Israel “está destruindo sistematicamente a solução de dois estados”.
Shtayyeh afirmou aos congressistas americanos que a “campanha de assentamentos” e suas violações de direitos humanos, por parte da ocupação, põem em risco toda a região.
Todos os assentamentos nos territórios ocupados são ilegais sob a lei internacional.
Shtayyeh informou a delegação — liderada pelo senador democrata Chris Coons, presidente do Subcomitê de Apropriações sobre Operações Públicas e Estrangeiras — sobre as baixas expectativas de um “processo de paz”.
O encontro também abordou o relacionamento entre a Ramallah e Washington
Segundo a agência Wafa, o premiê observou a necessidade do governo de Joe Biden cumprir suas promessas eleitorais, com destaque para a reabertura do consulado americano em Jerusalém, como sede do contato diplomático junto aos palestinos.
Shtayyeh condenou ainda a criminalização de seis proeminentes ongs palestinas da sociedade civil, designadas pela ocupação israelense como “entidades terroristas”.
Tais organizações, reiterou o primeiro-ministro, agem local e internacionalmente em defesa dos direitos humanos do povo palestino e fornecem serviços a mulheres, crianças, agricultores e presos políticos — isto é, milhares se beneficiam de seu trabalho.
O premiê exortou ainda o Congresso americano a pressionar Tel Aviv a respeitar todos os acordos assinados, que servem de alicerce a um futuro roteiro político.
Shtayyeh insistiu que a ocupação deve permitir que a liderança palestina realize eleições livres em todos os territórios ocupados, incluindo Jerusalém.
Ao descrever o repúdio da Casa Branca à expansão dos assentamentos israelenses como “passo na direção correta”, o primeiro-ministro pediu, porém, que a retórica se traduza em ações materiais, para dissuadir violações e preservar a “solução de dois estados”.
O Capitólio, concluiu Shtayyeh, deve emendar leis e regulações que vinculam a Autoridade Palestina e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) ao “terrorismo”. Laços bilaterais não focados em Israel também são importantes, reafirmou.
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