Há 46 anos, em 11 de novembro de 1975, o povo angolano declarou independência de Portugal.
Lider da revolução, Antonio Agostinho Neto afirmou: “Angola é e sempre será, por vontade própria, a trincheira firme da revolução em África”.
— O que mudou para o povo angolano além do nome de seu explorador colonial?
O que aconteceu
O grito de independência
Em 1961, os grupos revolucionários, MPLA, FNLA e UNITA declararam guerra contra o colonialismo português e iniciaram um levante popular para derrubar o regime. A revolução teve como seu principal líder Agostinho Neto (MPLP) que, resistiu por 13 anos graças aos 50 mil cubanos enviados por Fidel para lutar ao lado dos angolanos e também ao apoio financeiro da URSS. Em 1974 após a derrubada do regime ditatorial do Estado Novo em Portugal, um cessar-fogo foi assinado por ambas as partes.
“A 11 de novembro de 1975, o Governo angolano controlava efetivamente cerca de um terço do território nacional, encontrando-se as outras partes ocupadas por forças estrangeiras ao Norte e ao Sul. A economia estava paralisada e destruída, os serviços não existiam. Comerciantes, agricultores, camionistas, quadros e técnicos tinham abandonado o país, num dos maiores êxodos da história contemporânea”. (Lúcio Lara, 1987).
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Naquele dia, 11 de novembro de 1975, em Luanda, Agostinho Neto declarou a independência da República Popular de Angola.
Antes – O projeto colonial português
A história da Angola começou muito antes da sua independência. Em 1483, os portugueses atracaram no que era então parte do Reino do Kongo, os civilizados homens brancos europeus fizeram a região prosperar economicamente, transformando-a na maior potência exportadora de escravos do novo mundo. Em 1885, Portugal consolidou seu projeto colonial, oficializando a invasão portuguesa que prolongou até 1930. No ano de 1951 a Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou uma série de investigações sobre o terror que ocorria nas colônias africanas, Portugal no intuito de fugir das acusações concedeu a Angola o status de província do além-mar.
O que aconteceu depois
A guerra civil: os EUA entram no jogo
Durante séculos, Portugal explorou Angola, país dos diamantes, petróleo, urânio e escravos. A declaração de independência não foi suficiente para trazer paz aos angolanos, pois, assim que Portugal se retirou, os EUA assumiram o protagonismo de colonizador e mercador da morte.
Os EUA, após perder a guerra e se retirar do Vietnã, decidem transformar a Angola em palco das suas disputas contra a URSS que apoiava abertamente o regime Socialista de Agostinho Neto. Os EUA e a África do Sul (do Apartheid) se aproveitaram das rivalidades tribais entre os grupos angolanos e passaram a financiar grupos contrários ao MPLP, iniciou-se assim uma guerra civil no país.
Agostinho Neto morreu em 1979 e não conseguiu ver seu país verdadeiramente independente, pois a guerra civil financiada pelos imperialistas americanos e o Regime segregacionista da África do Sul durou 27 anos, findando somente em 2002 e deixando para trás um saldo de 500 mil vidas angolanas e mais de 1 milhão de pessoas obrigadas a abandoar suas terras em deslocamentos forçados.
Fotografia de rua @ Largo da Independencia, Luanda pic.twitter.com/zmqTOV5CrD
— Um Angolano🇦🇴 (@factosdabanda) March 15, 2015
Graças aos recursos minerais e ao petróleo, a economia angolana apresenta uma das maiores taxas de crescimento do mundo, no entanto, 70% dos angolanos ainda vive com menos de 2 dólares por dia, além de sua expectativa de vida e mortalidade infantil estarem entre as piores do mundo. — Como um país independente e rico, pode ser considerado pela ONU um dos lugares com menor desenvolvimento, além de descrito pela Transparência Internacional (TI) como um dos mais corruptos do planeta? — Onde está a riqueza de Angola?
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