Isaac Benbenisti, que deveria tomar posse como diretor executivo da empresa israelense NSO, responsável por desenvolver o spyware Pegasus, demitiu-se nesta quinta-feira (11) após a companhia ser sancionada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Em sua carta de exoneração, com trechos compartilhados pela assessoria da empresa, Benbenisti apontou “circunstâncias excepcionais” decorrentes da decisão de Washington, de modo que “não seria capaz de assumir o cargo de diretor executivo”.
Na última semana, o Departamento de Comércio encaminhou a NSO à sua lista de instituições proscritas, após determinar a venda do spyware israelense como “contrária à segurança nacional e política externa dos Estados Unidos”.
A designação foi instituída três meses após um consórcio de repórteres da ong francesa Forbidden Stories revelar diversos casos de invasão a celulares de ativistas e jornalistas por meio do aplicativo Pegasus, incluindo cidadãos americanos.
Também há evidências de que software israelense foi empregado por governos estrangeiros contra dissidentes, líderes religiosos e mesmo diplomatas. Entre os clientes identificados, estão Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Hungria e Índia.
O spyware foi utilizado para hackear telefones de ativistas dos seis grupos de direitos humanos criminalizados recentemente pelo Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, revelou uma investigação da Front Line Defenders (FLC).
Nesta semana, a Autoridade Palestina (AP) também denunciou o uso do aplicativo israelense para espionar funcionários de sua chancelaria.
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