O Ministro da Informação libanês, George Kordahi, na sexta-feira disse que não está em posição de desafiar ninguém, acrescentando que está pronto para renunciar se houver garantias de que os países do Golfo mudarão sua posição em relação ao Líbano.
“Quando há garantias, estou pronto para me demitir e não estou desafiando ninguém, nem o primeiro-ministro nem a Arábia Saudita, que eu amo”, disse Kordahi após seu encontro com o presidente libanês, Nabih Berri.
As relações entre as nações do Golfo e o Líbano sofreram tensões por causa das declarações feitas por Kordahi sobre o conflito do Iêmen antes de ele assumir seu posto no novo governo libanês.
Quando perguntado em uma entrevista televisionada se ele “pensa que os Houthis, como o Hezbollah, estão defendendo suas terras como uma organização armada”, Kordahi respondeu: “Claro que eles estão se defendendo… Minha opinião pessoal é que esta guerra no Iêmen precisa terminar. Casas, edifícios, vilas e cidades estão sendo atacadas por jatos de combate”.
Indignados com os comentários críticos de Kordahi, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos (EAU), o Kuwait e o Bahrein retiraram seus embaixadores do Líbano.
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Kordahi também disse que há opiniões diferentes a respeito de sua demissão e passou a acusar alguns oficiais libaneses, sem nomeá-los, de tentar tirar proveito de seu caso.
“Os Estados do Golfo têm a mente aberta e podem se elevar acima do que está acontecendo”, acrescentou Kordahi.
O Iêmen tem sido engolido pela violência e instabilidade desde 2014, quando rebeldes Houthi alinhados com o Irã capturaram grande parte do país, incluindo a capital, Sana’a. Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita com o objetivo de restabelecer o governo iemenita piorou a situação e causou uma das piores crises humanitárias provocadas pelo homem no mundo.