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Na morte, De Klerk deixa pedido de desculpas pelo apartheid

Frederik de Klerk, último presidente branco da África do Sul, morre aos 85 anos [Getty Images]

— Eu peço desculpas pela dor, mágoa, indignidade e pelos danos que o apartheid causou a negros, pardos e indianos na África do Sul — disse Frederik de Klerk em mensagem gravada antes de morrer e divulgada pela Fundação De Klerc logo após sua morte,na quinta-feira (11).

Último presidente branco da África do Sul, De Klerk foi uma figura controversa, ao pactuar e defender o sistema de segregação racial na África do Sul, até tornar-se presidente em 1990 exibir uma virada na posição política, cujos desdobramentos práticos lhe renderam um Prêmio Nobel da Paz, ao lado do líder negro Nelson Mandela.

Desde o início dos anos 80, mudei completamente a minha opinião. Foi como se me tivesse transformado e, do fundo do coração, percebi que o Apartheid foi errado”, declarou ele para o vídeo póstumo. 

Foi De Klerk quem negociou o fim do apartheid e libertou Mandela mantido por 27 anos atrás das grades e que  se tornou o presidente negro da Africa do Sul em 1994.

Pelas diferentes políticas que adotou em vida, De Klerk foi enaltecido pela comunidade internacional mas acusado por muitos africanos negros pelo papel que teve no próprio apartheid e não perdoado por muitos africanos brancos pelo que consideraram “traição” aos apoiadores do segregacionismo. 

O modelo sul-africano de apartheid foi apoiado por Israel e incorporado pelo Estado sionista na relação com o povo palestino. Em razão disso, o governo da Africa do Sul pós Mandela passou a condenar Israel por cometer os mesmos crimes vividos nos anos antes dele. 

De Klerk morreu aos 85 anos, de câncer. “É com grande tristeza que a Fundação FW de Klerk anuncia a morte do ex-presidente FW de Klerk em sua residência esta manhã, depois de uma luta contra o câncer”, comunicou a Fundação, divulgando em seguida o vídeo póstumo em que De Klerk diz o seguinte:

“Eu, sem qualquer reserva, peço desculpa pela dor, a indignidade e os danos causados pelo Apartheid aos negros, mulatos e indianos na África do Sul. Faço-o, não só como antigo líder do Partido Nacional, mas também como pessoa. Permitam-me, nesta última mensagem, partilhar convosco que, desde o início dos anos 80, mudei completamente a minha opinião. Foi como se me tivesse transformado e, do fundo do coração, percebi que o apartheid foi errado.”

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