Comentários recentes de um político francês de extrema-direita sobre a crise migratória nas fronteiras da UE com a Bielorrússia suscitaram preocupação em todo o país na sexta-feira.
Falando ao canal de notícias francês BFM TV sobre os recentes acontecimentos ocorridos na fronteira bielorrusso-polonesa, Julien Odoul, membro do partido de extrema-direita National Rallye do Marine Le Pen, disse que a principal tarefa das autoridades europeias deve ser a de proteger os europeus.
“Temos que manter nossas fronteiras fechadas aos migrantes, não podemos deixá-los entrar”, disse Odoul, acrescentando que muitos dos migrantes que esperavam na fronteira eram “potencialmente perigosos”.
Respondendo a uma pergunta do jornalista Olivier Truchot, sobre se os migrantes deveriam ser deixados para congelar na fronteira, disse Odoul: “Absolutamente, sim”.
Incapaz de esconder seu espanto, Truchot repetiu sua pergunta, e Odoul se defendeu dizendo: “Caso contrário, a Europa pode ter que enfrentar uma invasão migrante”.
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As observações do político francês tornaram-se tema de discussão em muitos outros programas de televisão do país.
Em outubro de 2019, Odoul havia solicitado que uma mulher muçulmana tirasse o véu em uma reunião na Besancon oriental, atacando-a verbalmente. A mulher estava acompanhando uma viagem escolar na qual um dos alunos era seu filho.
As tensões entre a Polônia e Bielorússia aumentaram na segunda-feira depois que milhares de migrantes, a maioria dos quais vindos de países do Oriente Médio, se dirigiram para a fronteira polonesa e tentaram romper as barreiras.
As autoridades polonesas enviaram cerca de quinze mil soldados ao longo da fronteira para impedir a entrada de migrantes no país.
Este destacamento causou preocupação na Rússia, com o Kremlin dizendo que estava monitorando de perto “a situação alarmante” e exortando todas as partes a agirem de forma responsável.
A União Europeia acusa o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, de se engajar em uma forma de guerra “híbrida” e usar os migrantes como uma arma para desestabilizar os países europeus.