Os vôos da Turquia para a capital bielorrussa Minsk serão reduzidos a zero por um tempo limitado após um acordo com a Turkish Airlines para interromper o fluxo de migrantes do Oriente Médio para a Bielorússia e para impedi-los de tentar chegar à Polônia, disse hoje a Comissão Europeia. A Turquia também baniu cidadãos sírios, iemenitas e iraquianos dos voos para Minsk, informou a Reuters.
Milhares de imigrantes irregulares ficaram presos no frio gelado da fronteira entre Bielorrússia e Polônia pelo quinto dia em meio ao impasse geopolítico na Europa Oriental.
A Direção Geral de Aviação Civil da Turquia (SHGM) disse hoje que proibiria a venda de bilhetes de avião para Bielorússia a cidadãos da Síria, Iraque e Iêmen. A companhia aérea estatal bielorrussa Belavia disse que atenderia ao pedido.
Due to the problem of illegal border crossings between the European Union and Belarus, it has been decided that the citizens of Iraq, Syria and Yemen who want to travel to Belarus from Turkish airports will not be allowed to buy tickets and boarding until further notice.
— Sivil Havacılık GM (@SHGM) November 12, 2021
A vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, agradeceu a iniciativa da Turquia.
A Polônia acusa o governo bielorrusso, sob o Presidente Alexander Lukashenko, de tentar causar um confronto utilizando imigrantes e refugiados do Oriente Médio e de outros lugares para cruzar para os estados da União Européia (UE), como uma forma de vingança pelas sanções ocidentais.
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Ontem, a Polônia acusou a Turquia de cooperar com a Rússia e Bielorússia para viabilizar a atual crise migratória. O primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, disse: “Vemos que [as ações turcas] estão totalmente sincronizadas com a Bielorússia e a Rússia. Isso nos incomoda, não gostamos disso”.
Enquanto Morawiecki expressou sua opinião de que a Rússia é o cérebro da crise e a Bielorrússia é a culpada, ele abordou uma questão relativa ao papel da Turquia. “Há um ou dois meses atrás, a Turquia parecia querer trabalhar conosco de perto. Nossa ajuda na extinção do incêndio, nossa ajuda na promoção da indústria turca do turismo, infelizmente se revelou um favor de mão única”.
Os funcionários da UE culparam principalmente a companhia aérea nacional russa, Aeroflot, pelo transporte dos migrantes, mas também alegadamente culpam a Turkish Airlines por ajudar naquela crise, devido ao fato de ela conduzir voos de Istambul para Minsk.
Em uma declaração, a Turkish Airlines insistiu que as acusações são infundadas, enquanto a Turquia negou desempenhar um papel direto ao permitir que seu território fosse utilizado para transportar migrantes.