Coalizão alega retirar-se dos arredores do porto de Hodeidah, no Iêmen

Porto de Hodeidah, Iêmen [Giles Clarke/UNOCHA/Getty Images]

Na sexta-feira (12), forças iemenitas sob tutela da coalizão militar saudita alegaram retirar-se dos arredores do porto de Hodeidah, mantido por rebeldes houthis, após o governador da cidade anunciar a reabertura de uma rodovia à capital Sanaa.

As forças meridionais “Brigada dos Gigantes”, que recebe apoio dos Emirados Árabes Unidos, anunciaram no Twitter ter se reposicionado na cidade, localizada no oeste do país, considerada o principal ponto de acesso a importações e assistência.

Em postagem distinta, um porta-voz de outro grupo ligado a Abu Dhabi afirmou que a recolocação deve-se à falta de avanços no acordo mediado pela ONU, firmado no fim de 2018, para desescalar gradualmente tensões de ambos os lados na cidade.

“Esta é uma retirada das áreas determinadas pelo acordo de Estocolmo … para liberar as forças conjuntas de restrições instituídas pelo pacto”, declarou Sameer Alyosofi.

A coalizão saudita — que intervém no país desde março de 2015, após houthis pró-Teerã depuseram o governo aliado da capital Sanaa — não comentou a retirada.

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Não está claro se trata-se de uma movimentação de larga escala da coalizão, prometida previamente pelo general e porta-voz Turki al-Malki, que negou nesta quarta-feira (10) rumores sobre um recuo saudita do sul do país.

Fontes, no entanto, relataram à Reuters que os sauditas deixaram uma base militar em Aden.

Neste entremeio, Mohammed Ayash, governador houthi de Hodeidah, escreveu no Twitter: “Bem-vindos a Hodeidah, através de seu principal portão de acesso, Kilo 16” — obstruído por tropas da coalizão desde 2018.

Três fontes relataram à Reuters que tropas da coalizão também se retiraram de Al-Durayhimi e Al-Tahita, no sul de Hodeidah.

O conflito é visto como uma guerra por procuração entre Arábia Saudita e Irã e permanece sob impasse há anos. Os Emirados encerraram sua presença no Iêmen em 2019, mas mantém influência via forças separatistas no sul do país.

Como parte dos esforços para encerrar a guerra, Washington pressiona Riad a suspender restrições impostas por navios de guerra da coalizão nos portos administrados pelos houthis, condição anunciada pelo grupo para negociar um cessar-fogo.

O bloqueio é um fator majoritário na crise humanitária, que deixou milhões à margem da fome.

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