O julgamento por corrupção contra o ex-premiê israelense Benjamin Netanyahu contou com sua rara presença nesta terça-feira (16), mas o esperado encontro com um ex-assessor que tornou-se testemunha da promotoria não aconteceu, após os juízes adiarem seu depoimento.
As informações são da agência Reuters.
Netanyahu foi primeiro-ministro por 12 anos consecutivos, mas perdeu o cargo em junho, após ser constituída uma nova coalizão de governo, e representa agora a oposição.
Netanyahu alegou inocência sob acusações de propina, crime de responsabilidade e fraude, por supostamente conferir favores regulatórios a magnatas de mídia, em troca de cobertura favorável e presentes ilícitos — como charutos e champanhe.
Sua presença não é mandatória durante as audiências, que tiveram início no último ano.
De fato, o ex-premiê de 72 anos não comparece à corte desde abril.
Ao chegar no tribunal, escoltado por uma carreata, Netanyahu não falou com os jornalistas.
Nir Hefetz, um dos poucos ex-assessores a testemunhar pela acusação, deve iniciar em breve semanas — ou mesmo meses — de seu depoimento.
Os três juízes, porém, aceitaram uma moção da defesa para estudar evidências concedidas por outra testemunha. A convocação de Hefetz foi então adiada para 22 de novembro.
Netanyahu é alvo de quatro escândalos políticos: o primeiro envolve presentes ilícitos obtidos pelo então premiê e sua esposa; o segundo abrange a compra de cobertura favorável na imprensa; o terceiro, refere-se ao desvio de recursos públicos na aquisição de submarinos alemães; no último, um assessor próximo é suspeito de partilhar dados sigilosos com a maior corporação de telecomunicações de Israel.
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