O Human Rights Watch (HRW) condenou ontem (15) a escolha do Egito como sede da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas de 2022 (COP27), ao advertir que o regime de Abdel Fattah el-Sisi usará o evento para encobrir violações de direitos humanos.
A cúpula ambiental está prevista para ocorrer em novembro próximo.
“O Egito é uma escolha extraordinariamente ruim para receber o evento, ao premiar o regime repressivo do presidente Sisi a despeito de seus abusos aterradores”, comentou Joe Stork, diretor da organização internacional para o Oriente Médio.
Quote of the Day, from Joe Stork, deputy Middle East director at Human Rights Watch
The choice of Egypt to host #COP27 severely imperils Egyptian and international civil society participation. pic.twitter.com/VWLtakvjqy
— Human Rights Watch (@hrw) November 15, 2021
HRW condena escolha do Egito como sede da COP27
“Países que participarem devem pressionar o Egito a libertar as milhares de pessoas aprisionadas apenas por exercer seu direito à liberdade de expressão e assembleia pacífica”.
Segundo Stork, os representantes devem ainda reivindicar do Cairo que suspenda processos penais contra ativistas, como pré-condição para comparecer ao evento.
A entidade humanitária destacou o caso do ecoativista egípcio Ahmed Amasha, preso desde julho de 2020, como exemplo da opressão sistêmica de Sisi contra a sociedade civil.
O Human Rights Watch observou também que a escolha da remota cidade costeira de Sharm el-Sheikh para sediar a conferência busca inviabilizar protestos de rua, convocados por organizações de base, como ocorreu neste ano, em Glasgow, na Escócia.
O governo reprime agressivamente os protestos, com base em uma legislação de 2013, que proíbe aglomerações públicas sem anuência prévia do Ministério do Interior.
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