Entre 2019 e 2020, Israel vivenciou um aumento de 315% nos casos de violência doméstica contra a mulher — com 688 e 2.853 casos, respectivamente —, reportou neste domingo (14) a Organização Internacional Sionista de Mulheres (WIZO).
Segundo a rede Ynet News, o relatório anual da WIZO reuniu dados de ministérios do governo israelense, além da controladoria pública, serviços de polícia e autoridades carcerárias.
Foram registrados 26 assassinatos de mulheres no último ano, comparado com 17 no ano anterior. Dentre as vítimas, 13 foram mortas por parceiros em 2020; cinco em 2019.
Quatro das 13 mulheres assassinadas haviam registrado queixa na polícia.
O relatório revelou ainda que 31.2% dos suspeitos já haviam sido denunciados.
A linha direta para combate à violência doméstica (118) vivenciou também um pico nas chamadas: de 2.286 em 2019 para 5.866 no ano seguinte.
“Para onde quer que olhem, é como se tivessem começado um incêndio”, comentou à imprensa Rivka Neumann, diretora da entidade. “Durante os lockdowns [do covid-19], mulheres e crianças viram-se presas em casa com seus abusadores”.
“Não havia como saírem de casa e não podiam ir a escola ou trabalho”, prosseguiu. “Essa combinação de trancar as pessoas dentro de casas, perto de um homem violento, resultou em um aumento nos casos de violência doméstica”.
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