As Nações Unidas reforçaram o apelo pela libertação imediata dos funcionários detidos na Etiópia. O porta-voz do secretário-geral realçou que António Guterres “não teve conhecimento de qualquer acusação ou informação” sobre as razões para a medida.
O Escritório de Direitos Humanos informou que pelo menos 10 funcionários foram presos na capital etíope, Addis Abeba.
Trabalho crítico
A organização revelou que as autoridades também mantêm 34 empregados terceirizados na mesma situação, depois de terem sido detidos no norte do país, onde ocorre o conflito entre forças regionais e o Exército federal.
Na nota, o chefe das Nações Unidas destaca que o pessoal da organização realiza um trabalho crucial e imparcial no país africano.
Guterres enfatiza ainda a obrigação de respeito aos privilégios e imunidades dos funcionários da ONU, tanto internacionais como etíopes, bem como de proteção de trabalhadores humanitários na Etiópia incluindo da detenção arbitrária.
O líder das Nações Unidas expressa preocupação com os relatos de prisões e detenções arbitrárias, que diz servirem “para aumentar as divisões e o ressentimento entre os grupos”.
Acesso humanitária
O apelo às autoridades etíopes é que se manifestem de forma pública e inequívoca “contra a segmentação de qualquer grupo ou grupos étnicos em particular e demonstrem seu compromisso com os direitos humanos e o Estado de direito”.
António Guterres encerra a nota ressaltando que “o andamento do conflito militar não trará paz e estabilidade duradouras à Etiópia”. Dirigindo-se às partes em conflito, Guterres pede o fim dos confrontos e que priorizem o bem-estar dos civis.
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O secretário-geral solicita urgência para a retoma do acesso humanitário seguro e desimpedido, sublinhando que os desafios que a Etiópia enfrenta “só podem ser resolvidos através do diálogo envolvendo todos os etíopes.”
Antes, o Escritório de Direitos Humanos apelou às autoridades que todos os detidos sejam imediatamente libertados ou sejam reavaliadas as razões de detenção em tribunal “independente e imparcial”.
Condições mínimas
No total, pelo menos mil pessoas teriam sido detidas na última semana com alguns relatos apontando para número muito mais alto.
As condições nos locais em que são mantidos são consideradas precárias, com muitos em delegacias superlotadas, o que viola os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo as condições mínimas de tratamento.
O escritório considera preocupante que não sejam conhecidos os motivos de detenção nem acusação formal contra os detidos que sofrem maus-tratos na prisão.
O apelo é que as autoridades etíopes garantam segurança e proteção total dos direitos humanos dos detidos, incluindo um julgamento justo e garantias processuais.
Publicado originalmente em Onu News