No sábado (13), um parente do presidente sírio Bashar al-Assad admitiu que seu exército empregou bombas de barril contra civis, ao longo dos dez anos de conflito.
Ao realizar uma live em seu Facebook, Rifaat Ali al-Assad afirmou: “Viemos com as bombas de barril. Sabe o que é isso? É bom demais, serve para limpar os insetos da terra”.
A fala do tio paterno de Bashar e ex-vice-presidente do país representa a primeira admissão pública de Damasco sobre o uso de tais armamentos, tradicionalmente baratos e improvisados, disparados por aeronaves militares contra áreas específicas.
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Ao longo da guerra civil, conforme evidências, o regime sírio empregou tais explosivos contra alvos civis, sob pretexto de combater “terroristas” — isto é, opositores.
Todavia, Damasco e Moscou, seu principal aliado, negam sua adoção ou mesmo posse.
A referência a vítimas como “insetos” não é novidade. Em 2020, o então Ministro da Saúde recorreu a uma linguagem semelhante ao negar à televisão estatal casos de covid-19 no país, sob a desculpa de que o “exército sírio purificou o país de muitos germes”.
Em 2015, durante entrevista à rede BBC, Bashar al-Assad também foi questionado sobre o uso de bombas de barril contra civis. Em resposta, o presidente brincou que algumas “panelas” poderiam ter caído nas áreas mantidas pela oposição.
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