O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina condenou a decisão do governo britânico de considerar o Hamas uma organização terrorista e classificou a medida “um atentado injustificado ao povo palestino, sujeito às mais hediondas formas de ocupação e injustiças históricas, instituídas pela nada auspiciosa Declaração de Balfour, ato inglês que levou à expulsão dos palestinos de sua terra natal e ao exílio, preço que pagam até os dias de hoje”.
Para o MRE palestino, a promessa britânica de 1917, de fazer da Palestina um “lar judeu” para estrangeiros de fé judaica, impôs ao povo palestino a perda de sua terra e da vida e do futuro de gerações. Este é o “resultado da ocupação contínua, assentamento, deslocamento forçado, punição coletiva e perseguição” aponta o MRE palestino.
A chancelaria palestina lamenta que a decisão britânica tenha vindo à luz uma semana após o primeiro-ministro israelense ter pedido ao seu homólogo britânico, Boris Johnson, à margem da Cúpula do Clima em Glasgow (Escócia), para designar o Hamas como uma organização terrorista. A nota ministerial lembrou que Johnson visitou recentemente os assentamentos israelenses nas Colinas de Golan (território sírio ocupado em 1967 e anexado por Israel) em coordenação com o conselho de assentamentos (israelense), sem obter sequer a aprovação de seu próprio governo.
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Desta vez, porém, a situação é mais grave, pois, aponta o MRE palestino, porque “há aprovação para esta medida de seu governo, um reflexo de perigosa mudança na política tradicional britânica em relação ao conflito palestino-israelense, ao adotar posições israelenses sob justificativas e argumentos frágeis”.
O MRE palestino pede ao governo britânico que cesse a política de dois pesos e duas medidas e revogue imediatamente essa decisão, ao mesmo tempo que estudará junto às autoridades competentes os efeitos e repercussões dessa decisão nas relações bilaterais entre palestinos e britânicos e seu impacto no papel da Grã-Bretanha na região, especialmente na limitação de sua contribuição futura para qualquer processo político possível.
* Com informações da agência de notícias palestina Wafa
Publicado originalmente por FEPAL