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‘Repórteres Sem Fronteiras’ premia jornalista palestina e investigação sobre o Pegasus

Majdoleen Hassona

A organização Repórteres sem Fronteiras anunciou a entrega do Prêmio Liberdade de Imprensa 2021 para Majdoleen Hassona, jornalista palestina que trabalha para a rede TRT turca, ao lado da chinesa Zhang Zhan pela cobertura da pandemia de covid-19 e o consórcio de jornalistas que investigou o uso do espião israelense Pégasus por governos clientes para monitorar as comunicações de adversários, intelectuais, jornalistas e lideranças sociais.

Majdoleen Hassona recebeu o Prêmio de Liberdade de Imprensa de 2021 [Repórteres Sem Fronteiras]

Hassona, laureada com o Prêmio Independência, está proibida de viajar para fora da Cisjordânia, de acordo com uma decisão tomada pelos serviços  segurança e inteligência israelense em agosto de 2019.

A jornalista ingressou na Turkish Broadcasting Corporation (TRT) em 2015 e mudou-se para Istambul, mas desde então tornou-se uma visitante frequente da Palestina até que uma proibição de sair foi emitida há mais de dois anos.

Em agosto de 2019, ela viajou à Cisjordânia para festejar o Eid com seu noivo, mas foi detida em um posto de controle israelense e informada de que ficaria retida lá por razões de segurança.  Mesmo assim, ela continuou fazendo suas coberturas, inclusive dos protestos contra a morte de Nizar Banat, adversário da Autoridade Palestina, assassinado pelas suas forças de segurança.

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Ela manifestou seus agradecimentos à Repórteres Sem Fronteiras por sua

premiação, afirmando que  “a organização sempre esteve ao lado de jornalistas de todo o mundo, principalmente palestinos, e tem me acompanhado desde que a proibição às minhas viagens foi emitida pelas autoridades de ocupação israelenses em 2019”.

Em um videoclipe publicado por Repórteres sem fronteiras, ela afirma:

“Nós na Palestina sofremos uma severa restrição da liberdade de imprensa por parte da ocupação israelense e a Autoridade Palestina.”

Pegasus e covid-19

Outros dois prêmios foram anunciados pela organização, um deles o Prêmio Coragem, dado à chinesa Zhang Zhan, jornalista que cobriu o surto de covid-19 a partir da China, até virar pandemia, e que por isso sofreu muita pressão do governo chinês, até ser acusada, presa e condenada em 2020 sem provas a quatro anos, acusada de incitar agitação.  Em protesto, ela iniciou greve de fome, mas acabou sendo alimentada à força, por sonda, com a saúde bem debilitada, enquanto defensores temem por sua vida.

Majdoleen Hassona recebeu o Prêmio Independência e Zhang Zhan foi vencedora do Prêmio Coragem da RTF [Reprodução/ Internet]

A terceira escolha, anunciada para o Prêmio Impacto, recaiu sobre o consórcio internacional de 80 jornalistas que se dedicaram à investigação do malware israelense Pégasus. O trabalho resultou na descoberta da espionagem sofrida por 200 jornalistas, identificados entre os usuários de 50.000 números de telefone monitorados pelo Projeto Pegasus, e na revelação de que “não apenas regimes autocráticos, mas também democráticos, espionavam jornalistas. Essa investigação levou os Repórteres Sem Fronteiras e diversos meios de comunicação a registrar uma reclamação e exigir uma moratória sobre essas tecnologias de vigilância”, lembra a organização do prêmio.

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