Doze ministros sudaneses renunciaram nesta segunda-feira (22) em protesto ao acordo firmado entre o premiê reintegrado, Abdallah Hamdok, e o chefe do conselho militar, Abdel Fattah al-Burhan, que efetivamente governa o país norte-africano.
No domingo (21), Hamdok assinou um acordo político com Burhan para encerrar quase um mês de crise nacional, que ameaçou erradicar a transição democrática no Sudão.
Em 25 de outubro, o general sudanês declarou “estado de emergência”, dissolveu o Conselho Soberano e prendeu ministros, funcionários públicos e líderes partidários.
A retomada militar do país foi então considerada golpe de estado.
O acordo de domingo foi acolhido por boa parte da comunidade internacional, mas forças políticas sudanesas rejeitaram a medida como “tentativa de legitimar o golpe”.
Dentre as renúncias, estão os responsáveis pelas pastas de relações exteriores, justiça, agricultura, recursos hídricos, investimentos, energia, educação superior, trabalho, transporte, saúde, juventude e assuntos religiosos.
Um comunicado confirmou ainda que cinco ministros das Forças por Liberdade e Mudança — coalizão civil que compartilha o poder com as Forças Armadas, no processo de transição — não puderam comparecer à reunião de gabinete realizada ontem.
LEIA: Diretora da Universidade de Cartum renuncia em protesto a novo acordo de governo