O Ministério de Relações Exteriores e Assuntos dos Expatriados da Autoridade Palestina (AP) reivindicou da Organização das Nações Unidas que envie uma equipe internacional para investigar laboratórios nos assentamentos ilegais israelenses na Cisjordânia ocupada.
As informações são da agência de notícias Wafa.
Omar Awadallah, assessor da chancelaria palestina para as Nações Unidas e agências especializadas, fez seu apelo em discurso proferido aos estados signatários da Convenção sobre Armas Biológicas, durante evento realizado em Genebra, na Suíça.
Segundo Awadallah, Israel é o único país que ainda recusa-se a estabelecer uma zona livre de armamentos de destruição em massa no Oriente Médio.
Awadallah observou que Israel controla travessias e fronteiras nas terras ocupadas, de modo que a Autoridade Palestina é impossibilitada de monitorar armamentos desenvolvidos nos assentamentos ilegais. A situação, reiterou, impõe grave ameaça ao povo palestino.
Awadallah recordou os países participantes de que Israel possui armas nucleares e recusa-se a permitir o acesso de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
De acordo com seu relato, o exército da ocupação utiliza armas químicas contra os palestinos.
LEIA: Diplomatas da Europa firmam oposição aos assentamentos de Israel
Além disso, colonos ilegais israelenses recorrem a materiais inflamáveis para incendiar propriedades, fazendas e mesmo residências da população nativa.
Em um incidente notório, colonos judeus atearam fogo à família Dawabsheh, causando a morte de um casal e seu filho de 18 meses, em julho de 2015, na aldeia de Duma, Cisjordânia ocupada. O irmão de quatro anos sobreviveu; porém, com queimaduras em 60% do corpo.
Em julho de 2014, colonos assassinaram Mohammed Abu Khdeir, então com 16 anos, ao sequestrá-lo, espancá-lo e queimá-lo vivo.
Segundo o grupo de direitos humanos Peace Now, há hoje 660 mil colonos ilegais espalhados em 145 assentamentos e 140 postos avançados na Cisjordânia e Jerusalém.