O Grupo NSO, responsável por desenvolver spywares israelenses para uso militar, atualmente luta para quitar US$500 milhões em dívidas, após a decisão de Washington de sancionar suas operações, segundo informações divulgadas ontem (23) pela firma de crédito Moody’s.
A companhia é estimada em US$1 bilhão, mas as vendas caíram drasticamente após a decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos de colocá-la sob alerta.
Washington reconheceu evidências de que o Grupo NSO “desenvolveu e forneceu aplicativos espiões a governos estrangeiros, que utilizaram tais ferramentas para atacar agentes públicos, jornalistas, empresários, ativistas, acadêmicos e diplomatas”.
A recente análise financeira advertiu que, caso os credores insistam no pagamento, há risco concreto de que a empresa feche suas portas. Em junho, a companhia israelense possuía somente US$29 milhões em reservas, após sacar seu limite de crédito de US$30 milhões.
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Estima-se ainda que a dívida atual é 6.5 vezes maior que os ganhos anuais da empresa.
A crise decorre de uma série de investigações coordenada pela rede Forbidden Stories, que revelou que o spyware Pegasus — desenvolvido pelo Grupo NSO — foi utilizado para invadir aparelhos de cerca de 50 mil indivíduos, incluindo personalidades de alto escalão.
Além disso, a corporação Apple confirmou nesta terça-feira abrir um processo contra a NSO e sua empresa matriz, OSY Technologies, para impedir ataques contra seus produtos.
Na queixa registrada no Tribunal de Justiça do Distrito Norte da Califórnia, os advogados da Apple observaram que as ferramentas da empresa israelense foram adotadas em “esforços coordenados para alvejar e atacar nossos consumidores”.
A gigante de tecnologia enfatizou ainda: “Cidadãos americanos foram submetidos a vigilância por spywares do Grupo NSO via celulares que atravessam fronteiras”.
A empresa israelense não comentou o processo, até então.