Tel Aviv deve evitar qualquer ofensiva contra instalações nucleares do Irã, a menos que possua a capacidade de destruí-las por completo, afirmou nesta terça-feira (23) Tamir Pardo, ex-comandante de Inteligência Militar de Israel.
Durante conferência no Instituto de Política e Estratégia da Universidade Reichman, Pardo alertou que um ataque militar ao programa nuclear iraniano seria muito mais complexo do que as investidas bem-sucedidas contra reatores na Síria e Iraque.
“Se não é possível encerrar o negócio, como fizemos na Operação Opera [contra o programa iraquiano, em 1981], é melhor pensar duas vezes”, enfatizou Pardo.
LEIA: Israel vê bomba atômica iraniana em cinco anos, com ou sem acordo
No mesmo painel, Amos Yadlin, ex-diretor do serviço secreto israelense Mossad, argumentou que a política do estado sionista sobre o programa iraniano, nos últimos dez anos, esteve submetida a decisões pessoais do ex-premiê Benjamin Netanyahu.
“A questão iraniana foi particularizada a um único indivíduo”, reafirmou.
O general reformado apontou ainda que o acordo assinado em 2015 — entre Irã e seis potências globais, incluindo os Estados Unidos — impediu efetivamente a república islâmica de conquistar avanços significativos em seu programa atômico.
“O erro jamais esteve em 2015, mas sim três anos depois, quando [os Estados Unidos] abandonaram o acordo em seus melhores anos”, acrescentou.