Ahmed Nasser al-Raisi, candidato emiradense, foi escolhido como novo presidente da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), para um mandato de quatro anos.
A organização anunciou sua indicação via Twitter, nesta quinta-feira (25).
Mr Ahmed Nasser AL RAISI of the United Arab Emirates has been elected to the post of President (4-yr term). pic.twitter.com/pJVGfJ4iqi
— INTERPOL (@INTERPOL_HQ) November 25, 2021
Ahmed Nasser al-Raisi, candidato emiradense é eleito como presidente da Interpol
General de carreira, al-Raisi serve atualmente como inspetor-geral do Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos (EAU).
Foi então eleito ao novo cargo por representantes dos 140 estados-membros da Interpol. Trata-se da primeira pessoa do Oriente Médio a assumir a função.
Al-Raisi é visto há tempos como um dos favoritos à presidência da Interpol.
Todavia, sua indicação incitou controvérsias. Parlamentares da Alemanha rejeitaram sua candidatura, ao alegar risco para a reputação da entidade internacional.
“[Al-Raisi] é acusado de desaparecimento forçado, detenção arbitrária, tortura e assédio sexual, cometidos sob sua responsabilidade e, por vezes, com sua participação”, denunciou a advogada e ativista de direitos humanos Gulden Sonmez.
Em outubro, al-Raisi enfrentou oposição à sua candidatura após promotores franceses encaminharem queixas sobre sua responsabilidade em casos de tortura contra dois homens detidos pelas forças emiradenses, em 2018 e 2019.
Em abril, um ex-diretor da promotoria pública do Reino Unido exortou a polícia internacional a rejeitar sua indicação, por meio de um relatório que atraiu foco sobre violações de direitos humanos perpetradas pelos Emirados Árabes Unidos.
Em junho, um advogado do ativista Ahmed Mansoor — preso há dez anos por postagens nas redes sociais — também registrou uma queixa de jurisdição universal contra o general emiradense, em solo francês, com base em tortura sofrida por seu cliente.
Não obstante, havia apenas dois candidatos ao cargo neste ano, para suceder o sul-coreano Kim Jong Yang. Sua adversária foi Sarka Havrankova, da República Tcheca.
A presidência da Interpol é um cargo não remunerado de meio período. A gestão integral é designada ao secretário-geral. O presidente, entretanto, tem influência substancial, ao comandar encontros da assembleia geral e do comitê executivo.