O Irã deseja a suspensão de todas as sanções por meio de um processo verificável, reafirmou nesta sexta-feira (26) seu Ministro de Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, três dias antes de retomar as negociações nucleares na cidade de Viena.
As informações são da agência Reuters.
As conversas indiretas entre Estados Unidos e Irã, com participação de potências globais, buscam restaurar o cumprimento de ambas as partes ao acordo assinado em 2015.
Washington abandonou sua parte em 2018, ao restabelecer duras sanções.
“Se os lados opostos estão preparados para retomar por completo suas obrigações e suspender sanções, um acordo bom e justo pode ser alcançado”, declarou o chanceler, em telefonema com Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia.
“Teerã quer um acordo bom e verificável”, acrescentou, segundo a imprensa local.
Todavia, após viajar ao país, Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), confirmou na quarta-feira (24) que diversas questões permanecem em aberto, sobretudo o acesso ao complexo de TESA Karaj, dois meses após Teerã prometer concedê-lo.
A instalação produz componentes para centrífugas utilizadas no enriquecimento de urânio e foi atingida por uma suposta sabotagem em junho, quando uma das quatro câmeras da agência de monitoramento das Nações Unidas foi destruída.
Teerã removeu as câmeras restantes e há lacunas dentre os vídeos arquivados.
“Estamos perto de não poder garantir a continuidade de nossa ciência”, alertou Grossi.
Em contrapartida, Amirabdollahian enfatizou ao diplomata europeu que seu governo participa das negociações na capital austríaca como ato de “boa fé”, a despeito das violações perpetradas por Washington sobre o acordo firmado em 2015.
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