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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Eventos em São Paulo lançam o livro Sem Caminhos para Gaza

Uma crônica de aventura e fraude sob o bloqueio egípcio

Com noite de autógrafos e a presença de importantes lideranças acadêmicas, políticas e comunitárias comprometidas com a defesa do povo palestino, a Editora MEMO fez ontem um primeiro evento de lançamento do livro “Sem caminhos para Gaza – Uma crônica de aventura e fraude sob o bloqueio egípcio”, dos documentaristas Renatho Costa, Rodrigo Campos e Lucas Bonatto Diaz.

Renatho Costa relembrou  a tomada de decisão de publicar o livro, já que este relata a história de uma viagem – a tentativa de chegar a Gaza – que não teve sucesso nem final. Foi relatando ao diretor do Monitor do Oriente Médio em Londres, Daud Abdullah, as desventuras dessa viagem e os bloqueios incontornáveis impostos pelo governo egípcio na travessia pelo Sinai, que veio a constatação: essa é a história a ser contada. E a primeira edição foi publicada em inglês, pela MEMO Publishers. Faltava, para os autores, compartilhar essa experiência no Brasil.

O livro mostra que a ideia inicial da viagem era falar das dificuldades cotidianas enfrentadas pelos habitantes de Gaza cercada por Israel. Mas a trajetória deixou claro que o cerco aos palestinos tem cúmplices importantes, e o Egito tem feito sua parte em dificultar ao limite que visitantes ou palestinos atravessem seu território para ir ou vir da faixa.

Com linguagem direta, voltada a públicos especializados ou não, “Sem Caminhos” é principalmente um trabalho de reportagem, como lembrou a professora de jornalismo Cilene Victor. Desvendar um cerco desconhecido da maioria é resultado do trabalho de uma grande parte da mídia brasileira que apenas reproduz grandes agências, e não coloca o dedo na ferida, como lembrou o professor de Direito Internacional Salem Nasser.

A compreensão externa do que se passa dentro na Palestina e o significado do cerco tem melhorado nos últimos anos, mas muito lentamente, e é preciso um esforço para corrigir isso, lembrou a professora Arlene Clemesha. Como a jornalista brasileira-palestina Soraya Misleh recordou, quando palestinos em Gaza recebem visitantes, eles sempre pedem: contem ao mundo o que viram aqui. O livro tem esse mérito, de descortinar a extensão do cerco ao povo palestino, narrando uma experiência corajosa, apontaram a prefaciadora da obra, a antropóloga Francirozy Campos Barbosa, e o presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil, Ualid Rabah, que assina a introdução.

Estiveram também no evento as parlamentares da América Latina, a senadora Sandra Lazo, da Frente Ampla do Uruguai, e a senadora Virginia Velasco Condori, do Movimento ao Socialismo (MAS) e o ex-deputado estadual, Said Mourad, do Partido Social Cristão (PSC), São Paulo.

Nesta segunda feira, Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, a Editora MEMO promove um segundo evento com o autor e convidados, no Centro Cultural e Restaurante Al Janiah, após o ato público pela passagem da data, que terá início às 18h.

LEIA: Sem caminhos para Gaza: o papel do Egito na manutenção do cerco e opressão do povo palestino

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