Mohammad Raad, chefe do bloco parlamentar do movimento libanês Hezbollah, advertiu neste domingo (28) para a possibilidade de um “golpe” contra o chamado Acordo de Taife, que encerrou os 15 anos de guerra civil no país levantino, entre 1975 e 1990.
O tratado assinado na cidade saudita de mesmo nome determinou a divisão de poder no Líbano entre grupos cristãos e muçulmanos — sunitas e xiitas.
Segundo Raad, sabotar o acordo favoreceria o eixo de normalização com Israel.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Sentimos que há tentativas de golpe contra o Acordo de Taife”, declarou Raad. “Este golpe em potencial pretende dar garantias a Israel, de modo a torná-lo confiante de que nosso povo não será capaz de confrontar qualquer uma de suas agressões”.
Raad alegou ainda que aqueles por trás de tais medidas buscam conferir a Israel controle sobre as reservas de gás natural em águas territoriais do Líbano, no Mar Mediterrâneo.
“A exploração de gás natural é confinada a certos países”, argumentou. “Falamos de independência e soberania, mas não somos capazes de abastecer nossas próprias usinas de energia elétrica com gás natural o suficiente para iluminar o país 24 horas por dia”.
Raab destacou também que a moeda libanesa entrou em colapso por depender do câmbio estrangeiro. “Amanhã, nossa política entrará em colapso por depender das políticas estrangeiras”, reafirmou o parlamentar do Hezbollah.
O Líbano sofre a pior crise econômica de sua história, que levou à falta de remédios, combustíveis e outros bens essenciais para a população.
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