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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

28 mil funcionários da UNRWA ficam sem salário devido à crise financeira

Palestinos protestam contra os cortes assistenciais da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), em Khan Yunis, Gaza, 20 de janeiro de 2021 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]
Palestinos protestam contra os cortes assistenciais da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), em Khan Yunis, Gaza, 20 de janeiro de 2021 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) não conseguiu pagar seus 28 mil funcionários devido à grave crise financeira que assola o órgão assistencial, confirmou seu diretor Philippe Lazzarini, nesta terça-feira (30).

A UNRWA administra escolas, clínicas e programas de distribuição de alimentos e atende milhões de refugiados palestinos registrados em todo o Oriente Médio, desde sua expulsão por gangues sionistas em 1948 — na ocasião da Nakba, via limpeza étnica.

Em coletiva de imprensa, Lazzarini alertou para a chance de cortes em serviços essenciais, sobretudo a milhões de refugiados em meio à pandemia de covid-19.

Na segunda-feira (29), funcionários da agência realizaram greve, após serem informados do atraso em seu pagamento. O ato foi suspenso após mediação.

“Caso os serviços de saúde da UNRWA sejam comprometidos em meio à pandemia, a campanha de vacinação terá seu fim”, reafirmou Lazzarini.

“Cuidados de maternidade e pediatria serão interrompidos, meio milhão de crianças ficarão sem saber se conseguirão estudar e mais de dois milhões dos mais pobres refugiados palestinos não terão qualquer recurso ou assistência alimentar”.

“As demandas humanitárias dos refugiados palestinos continuam a aumentar enquanto o financiamento à agência permanece estagnado desde 2013”, acrescentou.

Segundo Lazzarini, durante a última conferência em Bruxelas, a agência recebeu doações suficientes para cobrir cerca de 48% de seu orçamento para 2022 e 2023. No entanto, observou: “Ainda não estou em posição de dizer quando os salários de novembro serão pagos”.

Um professor de Gaza comentou ao MEMO: “Ainda não fomos pagos. Eu sei que há uma grave crise financeira, mas acredito que isso acontece por causa da pressão israelense sobre os estados doadores, para que deixem de financiar a agência, a fim de extingui-la”.

A UNRWA oferece serviços a aproximadamente 5.3 milhões de refugiados palestinos nos territórios ocupados, além de Jordânia, Líbano e Síria.

A entidade assistencial sofre dificuldades financeiras desde 2018, quando o então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump cancelou todas as doações. Parte dos recursos foram restaurados, mas não conseguiram ainda preencher a lacuna.

Além disso, os Emirados Árabes Unidos reduziram drasticamente sua participação no último ano, revelou o porta-voz da UNRWA, Sami Mshasha. O regime emiradense ofereceu US$51.8 milhões em 2018 e 2019, mas enviou apenas US$1 milhão em 2020.

O Reino Unido também cortou pela metade seus recursos à agência — de £42.5 milhões (US$57.2 milhões) em 2020 a £20.8 milhões (US$28 milhões) em 2021.

LEIA: Palestina: Vozes da resistência e memórias de viajantes

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