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Alemanha condena membro do Daesh por participar do genocídio iazidi

Velório comunitário das vítimas iazidis do grupo terrorista Daesh (Estado Islâmico), na aldeia de Kojo, distrito de Sinjar, norte do Iraque, 6 de fevereiro de 2021 [ZAID AL-OBEIDI/AFP via Getty Images]
Velório comunitário das vítimas iazidis do grupo terrorista Daesh (Estado Islâmico), na aldeia de Kojo, distrito de Sinjar, norte do Iraque, 6 de fevereiro de 2021 [ZAID AL-OBEIDI/AFP via Getty Images]

O cidadão iraquiano Taha al-Jumailly, de 29 anos, foi sentenciado à prisão perpétua por uma corte alemã, na primeira condenação da história por genocídio promulgada contra um ex-militante da organização terrorista Daesh (Estado Islâmico).

Al-Jumailly foi considerado culpado pelo crime de genocídio contra o povo iazidi.

Como membro do Daesh, al-Jumailly foi acusado de assassinar uma criança iazidi após escravizá-la junto de sua mãe. Segundo as informações, o jovem filiou-se ao grupo em março de 2013 e passou a servi-lo na região de Raqqa, na Síria, além de Iraque e Turquia.

A corte revelou que al-Jumailly “comprou” Nora e sua filha de cinco anos em meados de 2015. Ambas foram submetidas a abusos reiterados, incluindo violência e trabalho forçado.

Mãe e filha foram acorrentadas e deixadas para morrer de sede.

Nora sobreviveu e, segundo informações, concedeu seu testemunho durante o processo.

Após a corte em Frankfurt ler seu veredito de genocídio, al-Jumailly desmaiou.

Os promotores consideraram que o crime ocorreu porque a vítima pertencia à minoria iazidi, com intuito deliberado da organização terrorista para exterminá-la.

Amal Clooney, advogada de direitos humanos radicada em Londres, fez parte da equipe de advogados que representou a mãe da vítima.

Clooney manifestou esperanças de uma maior articulação global para responsabilizar membros do Daesh por seus crimes, após a condenação de Jennifer French, esposa de al-Jumailly, sentenciada a dez anos de prisão, em outubro, pela morte da menina.

A Alemanha é um dos poucos países a indiciar militantes do Daesh pela perseguição conduzida contra os iazidis. O veredito desta terça-feira (30) atraiu elogios de ativistas de direitos humanos, ao reafirmar a eficácia do princípio de jurisdição universal.

Em fevereiro, o judiciário alemão condenou também um ex-agente da polícia secreta da Síria por auxiliar e facilitar crimes de lesa-humanidade, ao prender e transferir manifestantes pró-democracia a centros de tortura do regime de Bashar al-Assad.

LEIA: Após o genocídio iazidi em 2014, ‘nunca mais’ deveria significar de fato ‘nunca mais’

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