O Egito confirmou negociações com a Coreia do Sul para co-produzir novas unidades do tanque de guerra K2 Black Panther.
Representantes de ambos os países se reuniram durante a Feira de Defesa do Egito (EDEX 2021), com participação de cerca de 300 mil militares e empresários do setor.
#BREAKING: On the sidelines of #EDEX2021, Egypt announces negotiations with South Korea to co-produce the K2 Black Panther main battle tank with the transfer of manufacturing technology. pic.twitter.com/5TktlM9EnA
— Mahmoud Gamal (@mahmouedgamal44) November 29, 2021
Organizações de direitos humanos condenam reiteradamente a venda de armas ao país norte-africano, devido a abusos de direitos humanos perpetrados pelo regime do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi, sobretudo contra manifestantes civis.
Em outubro, o embaixador sul-coreano Hong Jon-wook enalteceu a economia egípcia como uma dos mercados potencialmente mais atraentes da região, segundo a imprensa local.
Ambos os países trabalham para desenvolver relações em diversos campos.
O comércio entre Egito e Coreia do Sul atingiu quase US$2 bilhões em 2020 — incluindo engenharia, indústria de móveis e têxtil, produtos químicos, fertilizantes e farmácia.
No último ano, Seul transferiu US$500 mil em suprimentos médicos ao Egito, incluindo máscaras e PCR, segundo a rede International France. Além disso, investiu US$570 milhões em 181 projetos — dentre os quais, construção, inteligência, turismo e agricultura.
Milhares de egípcios tentaram ainda obter asilo na Coreia do Sul, desde o golpe militar em 2013, pois não era preciso visto para entrar no país. Todavia, em 2018, refugiados lançaram uma greve de fome como protesto contra o persistente limbo de seu status legal.
O Ministério da Justiça em Seul posteriormente aboliu a política de isenção de visto a cidadãos egípcios, devido ao número de pessoas que solicitaram asilo no território asiático.
Durante a feira militar, Sisi reuniu-se também com o diretor-executivo da fabricante de aeronaves Dassault, para debater a colaboração entre as partes.
O encontro ignorou um recente escândalo sobre acordos de espionagem e “contraterrorismo”, sob os quais a Dassault — entre outras duas corporações francesas — vendeu sistemas de vigilância ao governo egípcio, utilizados para monitorar civis.
Autoridades egípcias costumam vigiar e rastrear dissidentes — então submetidos a prisão, desaparecimento e tortura na rede opressora do regime.