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Ministro da Informação do Líbano renuncia após desencadear crise com o Golfo

Ministro da Informação do Líbano, George Kordahi, confirmou sua renúncia em entrevista coletiva

O ministro da Informação do Líbano, George Kordahi, confirmou sua renúncia em uma entrevista coletiva hoje.

“Os interesses de meu país e de meu povo e apoiadores estão acima de meus interesses pessoais. O Líbano é mais importante do que George Kordahi, e os interesses libaneses são mais importantes do que um papel ministerial”, disse ele.

Kordahi, um ex-apresentador de TV que assegurou seu cargo ministerial em setembro, desencadeou uma crise diplomática em outubro após criticar a campanha militar liderada pelos sauditas no Iêmen.

Os comentários na televisão foram feitos durante sua aparição no programa “Parlamento do Povo”, em que ele disse que os houthis do Iêmen estavam se defendendo e não atacando ninguém. Ele também classificou o conflito como “absurdo”.

Embora Kordahi inicialmente se recusasse a se desculpar dizendo que o show havia sido gravado antes de ele ser nomeado ministro da Informação, sua renúncia ocorreu após o aumento da pressão política e econômica da região do Golfo.

Países incluindo a Arábia Saudita, Kuwait e Bahrein responderam rapidamente chamando seus embaixadores e expulsando os enviados libaneses. Riad também implementou a proibição de todas as importações libanesas, marcando outro golpe para a economia debilitada de Beirute. As exportações para a Arábia Saudita são uma fonte crucial de receita para o Líbano, totalizando cerca de US$ 240 milhões a cada ano.

As relações entre o Líbano e a Arábia Saudita já estavam sob pressão depois que Riad implementou uma proibição indefinida em abril nas importações de frutas e vegetais do Líbano, citando um aumento no contrabando de drogas.

Oficiais seniores no Líbano provavelmente esperarão que a renúncia de Kordahi tempere a crise diplomática. Também coincide com a visita de dois dias do presidente francês, Emmanuel Macron, ao Golfo, onde ele deve lidar com as consequências.

Um oficial de alto escalão disse à AFP que, antes de embarcar em sua visita, Macron advertiu o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati: “Se você quer que eu fale sobre o Líbano quando eu estiver lá, você tem que me dar algo”.

Durante a coletiva de imprensa, Kordahi aludiu a essa reunião quando disse: “Eu entendi de Mikati […] que os franceses querem que minha renúncia ocorra antes de sua visita [de Macron]”.

Macron confirmou hoje que planeja manter negociações na Arábia Saudita com o objetivo de aliviar as tensões. “Meu desejo é tanto econômica quanto politicamente ser capaz de reengajar todos os países do Golfo no relacionamento com o Líbano, para ajudá-los a sair disso.”

LEIA: Ministro libanês alegar estar aberto a ‘qualquer solução’ em nome do país

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