As autoridades israelenses estão falhando em prevenir o tráfico humano como resultado de sua inação e falta de esforços para identificar e proteger as vítimas, disse um relatório publicado pela Linha Direta para Refugiados e Migrantes.
Analisando a questão de 2001 e 2021, o relatório destaca os esforços inadequados de Israel para punir os perpetradores, já que “queixas sobre o confisco de passaportes, privação de liberdade e outras indicações de escravidão contemporânea não eram conhecidas das autoridades e não acionaram nenhum sinal de alerta”.
Os poucos trabalhadores estrangeiros considerados vítimas de tráfico humano foram encontrados e assistidos por organizações de direitos humanos em vez de autoridades estatais, disse o relatório.
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Entre as vítimas estão dois operários da construção civil da Turquia que sofreram traumas físicos e psicológicos. Eles foram resgatados há quatro anos pelo Centro para Refugiados e Migrantes, relatou o Arab48.
“O tempo todo eles pedem para trabalharmos mais rápido. O gerente diz que temos que nos apressar e trabalhar sem parar. É proibido fumar enquanto estamos sentados, só em pé, e só por dois minutos. E quem não trabalhar rapidamente, eles levam de volta para a Turquia”, disseram as vítimas.
O relatório citou dados de Israel que mostram que as autoridades israelenses reconheceram 3.736 sobreviventes do tráfico humano; 3.100 deles foram encontrados no Centro para Refugiados e Migrantes.
Além disso, nas últimas duas décadas, apenas 1.454 trabalhadores migrantes receberam ajuda do escritório jurídico do Ministério da Justiça de Israel depois de serem considerados vítimas de tráfico de pessoas.
O relatório concluiu que “Israel, com sua política e seus fracassos, incentiva o tráfico humano e a escravidão por meio de seu fracasso em combatê-los”.
Isso ocorre depois que o Relatório anual sobre o tráfico de pessoas do Departamento de Estado, publicado no início deste ano, criticou Israel por não fazer um esforço significativo para combater o tráfico de pessoas ou atender aos padrões internacionais de combate ao tráfico.
Segundo o relatório, o governo israelense, liderado pelo então primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não alocou orçamento para o plano nacional de combate ao tráfico de pessoas, dois anos após sua aprovação.
Também recuou em iniciativas sérias e sustentadas para combater o tráfico, incluindo a redução de investigações e processos judiciais de perpetradores e falta de pessoal em sua única autoridade diretamente encarregada de lidar com o assunto.