O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, se recusou a destacar a violência dos colonos judeus ilegais na Cisjordânia ocupada, porque “[eles] servem como um muro de proteção para todos nós”. Ele fez seus comentários em resposta a uma discussão entre o ministro de Segurança Pública, Omer Bar Lev, e a subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, sobre a violência.
“Os colonos na Judeia e Samaria [a Cisjordânia ocupada] têm sofrido diariamente com violência e terrorismo por décadas”, escreveu Bennett no Twitter. “Eles servem como uma parede protetora para todos nós e devemos protegê-los em palavras e ações.”
Bar-Lev também acessou o Twitter para dizer que Nuland “se interessou, entre outras coisas, pela violência dos colonos e como diminuir as tensões regionais e fortalecer a Autoridade Palestina”. Ele aparentemente disse à funcionária americana que emitir mais autorizações de trabalho para palestinos da Cisjordânia e Gaza era “a chave para reduzir as tensões, assim como implementar um plano para uma zona industrial conjunta nos arredores de Gaza e mais”. A ajuda americana para projetos desse tipo pode auxiliar muito, acrescentou.
A ministra do Interior, Ayelet Shaked, desafiou Bar-Lev. “Você está confuso”, escreveu a extremista de extrema direita. “Os colonos são o sal da terra. O que deve nos chocar são os incidentes diários em que pedras e coquetéis molotov são jogados em judeus – só porque eles são judeus – com a ajuda da AP. Sugiro que fale sobre essa violência com Madame Nuland.”
Vários outros direitistas israelenses, incluindo ministros e parlamentares, atacaram Bar-Lev apenas por reconhecer que a violência dos colonos na Cisjordânia ocupada deveria ser interrompida.
“Eu entendo que é realmente difícil para alguns de vocês colocar um espelho na frente dele e ver que a violência dos colonos extremistas está atingindo o mundo todo e que governos estrangeiros estão interessados no assunto”, respondeu Bar-Lev. “Eu recomendo àqueles que têm dificuldade beber um copo d’água. Vou continuar a lutar contra o terrorismo palestino como se não houvesse violência extremista dos colonos, e lutar contra a violência extremista dos colonos como se não houvesse terrorismo palestino.”