Dezenas de jornalistas egípcios que se candidataram a ingressar em seu sindicato profissional foram rejeitados sem motivo, informou o Al-Araby Al-Jadeed.
Ao mesmo tempo, vários funcionários de jornais, mas com empregos diferentes, como secretários, foram aceitos no sindicato por recomendação de seus editores-chefes, acrescentou o site de notícias.
O deputado Mahmoud Badr é uma das figuras mais proeminentes a ter sido aceito, embora tenha trabalhado na política durante dez anos e nunca tenha sido jornalista.
Em 2019, Badr votou a favor de emendas à constituição, que viram Abdel Fattah Al-Sisi permanecer presidente além de seu segundo mandato.
O pedido do deputado Marcel Samir para filiar-se ao sindicato também foi aceito.
Esse tem sido um problema constante no país, com jornalistas egípcios que vivem no exterior tendo sua adesão cancelada.
Em 2016, as forças de segurança prenderam líderes do sindicato, o que foi descrito como “sem precedentes” em sua história.Em maio daquele ano, 40 policiais invadiram o escritório do sindicato e prenderam dois jornalistas – Mahmoud Sakka e Amr Badr – que estavam escondidos ali após serem acusados de publicar notícias falsas e incitar protestos.
De acordo com o último relatório do Comitê para a Proteção da Justiça, o Egito é o terceiro pior carcereiro de jornalistas em todo o mundo, com cerca de 25 repórteres atrás das grades.
É o sétimo ano consecutivo que o Egito está entre os três primeiros países e tem o maior número de jornalistas atrás das grades no mundo árabe.
A maioria deles é acusada de ingressar em grupos terroristas e publicar notícias falsas e permanece em prisão preventiva.
O governo egípcio tenta controlar rigidamente a narrativa sobre certos assuntos, por exemplo, a pandemia do coronavírus, e quando um jornalista se desvia disso, eles podem pegar pena de prisão.
Alguns jornalistas foram encaminhados para tribunais de segurança do estado de emergência, em que as sentenças não podem ser apeladas. Recentemente, os jornalistas Hossam Monis e Hisham Fouad foram condenados a quatro anos de prisão por conspirar por cometer crimes com um grupo ilegal. A Anistia Internacional afirmou que as suas sentenças resultaram das suas “atividades políticas pacíficas”.
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