Líder de partido sueco vai entrar com processo criminal contra ministra que se reuniu com YPG

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, participa de sessão de uma reunião dos Ministros das Relações Exteriores da OTAN em Riga, Letônia, em 1 de dezembro de 2021 [Gints Ivuskans/AFP via Getty Images]

O chefe de um partido político sueco anunciou que apresentará uma queixa criminal contra a ministra das Relações Exteriores do país, Ann Linde, depois que ela foi vista se reunindo com a liderança de uma milícia curda com base na Síria.

Na semana passada, a chanceler Ann Linde se reuniu com Ilham Ahmed, co-presidente da administração autônoma da milícia das Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em inglês), no nordeste da Síria.

Como resultado dessa reunião, Estocolmo se comprometeu a aumentar seu financiamento para o YPG apoiado pelos EUA para US$ 376 milhões ao longo de dois anos. Após a decisão, muitos esperavam que a Turquia condenasse a Suécia e sua ajuda à milícia, que Ancara afirma estar diretamente ligada ao grupo terrorista designado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em inglês).

O presidente do Partido Nuance da Suécia (Partiet Nyans), Mikail Yuksel, disse que apresentará uma queixa contra Linde, juntamente com outros suecos preocupados com a reunião dela.

“De acordo com a lei sueca de terrorismo, todos os tipos de relações com terroristas são crimes”, disse Yuksel, conforme o jornal turco Daily Sabah. “Apesar dessa lei, a ministra das Relações Exteriores Linde se reúne com membros de um grupo terrorista, oferece assistência financeira e nada acontece”.

Ele acrescentou que a apresentação da queixa criminal também servirá como um teste para saber se a lei sueca é aplicada apenas a alguns indivíduos selecionados ou a todos no país.

Yuksel, que é de origem turca, lançou seu partido em 2019 depois de ser expulso do Partido de Centro, supostamente porque não falaria contra a Turquia ou seu governo sob o presidente Recep Tayyip Erdogan.

Seu partido tem sido um ponto de controvérsia para muitos da direita na Suécia e no exterior, e foi rotulado de “pró-islâmico”, já que alguns de seus focos são no apoio às questões dos imigrantes e no combate à islamofobia.

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