clear

Criando novas perspectivas desde 2019

A guerra na Síria matou mais de 3.700 em 2021, o menor número em uma década

23 de dezembro de 2021, às 14h56

Sucata coletada em assentamentos destruídos nos ataques do regime de Assad na vila de Batabo em Aleppo, Síria, em 05 de outubro de 2021 [İzzettin Kasım/Agência Anadolu]

A guerra de uma década em curso na Síria matou 3.746 este ano, tornando-se a menor contagem anual de mortes desde o início do conflito, revelou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR, na sigla em inglês).

De acordo com o SOHR, 1.505 dos mortos eram civis – entre os quais 360 eram crianças – enquanto o restante eram soldados e militantes. Cerca de 297 pessoas foram mortas por minas terrestres e vários dispositivos explosivos e resíduos.

As estatísticas divulgadas pelo SOHR tornam o número de mortos em conflito na Síria em 2021 o mais baixo em uma década, com 6.800 pessoas mortas no ano passado e mais de 10.000 em 2019.

A diminuição no número de mortes totais no país deve-se provavelmente a uma série de fatores, um dos quais é o fim de grande parte do conflito no país após a reconquista de grande parte do território pelo regime de Assad com a ajuda de seus aliados Irã e Rússia.

LEIA: O mundo vai se arrepender de tirar Assad do isolamento

O cessar-fogo também foi – pelo menos temporariamente – implementado, como o da província de Idlib, no noroeste, em março de 2020, quando a Turquia e a Rússia chegaram a um acordo para interromper a luta entre os grupos de oposição e as forças do regime que lançavam uma ofensiva à província. Esse cessar-fogo foi renovado e prorrogado este ano.

No entanto, esses cessar-fogos raramente foram respeitados, e os ataques do regime e os ataques aéreos da Rússia recomeçaram no ano passado.

Vários estados veem a redução de mortes e batalhas como um sinal de que a Síria agora está segura e em paz, mas organizações de direitos humanos negaram essa afirmação e condenaram as tentativas de enviar milhões de refugiados de volta ao país contra sua vontade.

Numerosos relatórios revelaram que refugiados que retornam e ex-rebeldes que são “reconciliados” são rotineiramente detidos, desaparecidos, torturados e às vezes mortos nas mãos dos serviços de inteligência do regime sírio.

LEIA: Síria: Massacre em Idlib deixa pelo menos onze mortos, incluindo quatro crianças