O presidente russo, Vladimir Putin, disse que insultar o Profeta Muhammad é uma violação da liberdade de religião e que não deve ser considerado liberdade de expressão.
Em sua coletiva de imprensa anual na quinta-feira, Putin perguntou “O que são insultos contra o Profeta Muhammad? Isso é liberdade criativa? Acho que não. Isso é uma violação da liberdade de religião e uma violação dos sentimentos sagrados das pessoas que professam o Islã, e isso dá vida a outras manifestações ainda mais agudas e extremistas ”.
O presidente russo deu o exemplo dos sentimentos negativos que resultariam em postar retratos do ditador alemão nazista Adolf Hitler, destacando que é preciso respeitar a memória e o legado daqueles que lutaram na Segunda Guerra Mundial.
LEIA: A definição ‘seriamente falha’ de antissemitismo deve ser abandonada, diz coalizão judaica
“A Rússia foi formada como um estado multinacional e multiconfessional, e estamos acostumados a tratar os interesses e tradições uns dos outros com respeito”, disse ele. “Esta é de fato uma base de existência muito poderosa, uma base sólida para a existência da Rússia como um estado multinacional”.
Os comentários de Putin foram feitos mais de um ano depois que outro chefe de estado, o presidente francês Emmanuel Macron, anunciou seu apoio ao desenho e publicação de supostas caricaturas do Profeta Islâmico, o que reacendeu o acirrado debate sobre se insultar o Profeta equivale à liberdade de expressão.
A mudança foi o início da campanha do governo Macron para colocar o Islã sob controle do Estado em uma suposta tentativa de “reformar” a religião na vida pública, o que levou à condenação da França e ao boicote de produtos e empresas francesas em todo o mundo muçulmano.