As Brigadas do Hezbollah no Iraque, uma milícia xiita pró-Irã, anunciaram, na terça-feira, seu boicote aos esforços para formar um governo de coalizão no país depois que o Supremo Tribunal Federal ratificou os resultados das eleições de outubro, informou a Agência Anadolu.
Em um comunicado, o Hezbollah disse: “Os lados que confiscaram os direitos do povo iraquiano foram apoiados pela maligna coalizão Zio-Americano-Saudita para fazer avançar sua agenda”.
A declaração também afirmou que “a comissão eleitoral do Iraque estava sujeita ao pior tipo de abuso e a autoridade judicial do Iraque estava sujeita à coerção, ameaças e pressão por esses grupos”.
Segundo o comunicado, o embaixador dos Estados Unidos e o representante da ONU no Iraque exerceram pressão sobre as autoridades iraquianas e a corte iraquiana.
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“Isso levou o Tribunal Federal do Iraque a se render a eles e rejeitar os pedidos de cancelamento das eleições, apesar das evidências e objeções fornecidas pelas coalizões de protesto”, disse o comunicado.
As Brigadas do Hezbollah fazem parte de uma coalizão xiita que inclui o partido Estado de Direito e outros. No entanto, é o único que até agora declarou seu boicote aos esforços para formar um novo governo.
“As objeções que apresentamos à Justiça Federal foram firmes, lógicas e aceitáveis e seriam suficientes para anular o resultado da eleição, se fossem submetidas aos tribunais de qualquer país onde a democracia seja respeitada”, diz o comunicado.
A Suprema Corte do Iraque ratificou na segunda-feira os resultados das eleições parlamentares depois de rejeitar os apelos anteriores de facções xiitas apoiadas pelo Irã contra os resultados.
A ratificação, após um atraso de mais de dois meses, abre caminho para um novo parlamento realizar sua sessão inaugural dentro de duas semanas, de acordo com a lei iraquiana.
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