O município israelense de Jerusalém Ocidental demoliu, na quarta-feira, duas casas palestinas em Jerusalém Oriental sob o pretexto de construção sem autorização, relatou a Agência Anadolu.
As demolições ocorreram em dois bairros, Silwan e As Sawahira (Jabal Al-Mukabber).
De acordo com a agência palestina de notícias WAFA, a polícia israelense isolou a vizinhança de um prédio no bairro de Jabal Al-Mukabber de propriedade de um residente local antes que a escavadeira municipal procedesse à demolição.
Alguns residentes entraram em confronto com as forças israelenses, que dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, causando asfixia, disse a WAFA.
Tahseen Ibrahim Bashir, cuja casa foi destruída em Sawahira, disse à Agência Anadolu que, embora tenha solicitado muitas vezes, as autoridades israelenses se recusaram a emitir uma licença de construção.
Bashir disse que sua casa demolida foi construída há cinco anos para seu filho, que se casará em breve.
“Onde nossos filhos vão morar? Eles não dão uma licença. Então, onde vamos morar?” perguntou Bashir. Mais de 700.000 palestinos foram expulsos de suas casas por milícias judaicas em 1948, quando Israel foi declarado como um Estado independente. Milhares de palestinos foram ainda deslocados na Guerra dos Seis Dias em 1967, quando Israel tomou Jerusalém Oriental.
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O Exército israelense demoliu 950 casas e instalações palestinas e estabeleceu 15 postos avançados na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, durante 2021, anunciado, na quarta-feira, por Jamal Al-Amla, diretor do não governamental Centro de Pesquisas Terrestres, que se especializou em documentar violações da ocupação nos Territórios Ocupados.
Israel tem sido criticado e advertido muitas vezes por organizações e instituições internacionais por demolir injustamente casas palestinas.