A polícia francesa deteve um cidadão franco-sírio sob suspeita de enviar componentes utilizados para desenvolver armas químicas ao regime de Bashar al-Assad.
Segundo a rede AFP, ao citar fontes anônimas, o homem de 59 anos foi preso no sábado (25), no sul da França, após viajar ao país com sua família, para passar o fim de ano.
Uma fonte judicial afirmou que o suspeito — cujo nome não foi revelado — foi detido por “conspirar para cometer crimes de lesa-humanidade, além de assessorar crimes de guerra”.
Os crimes em questão abrangem o período entre março de 2011, quando eclodiu a revolução popular na Síria, até ao menos janeiro de 2018.
A fonte observou que “o suspeito é acusado de colaborar, por meio de uma empresa radicada na França e nos Emirados Árabes Unidos, com o envio de materiais para diversas estruturas do regime sírio incumbidas de produzir armas não-convencionais”.
Segundo o relato, seu envolvimento permitiu o uso de armas químicas ao longo do conflito.
A prisão ocorre em meio a denúncias de que o presidente sírio tentou reconstruir seu arsenal nos últimos anos, apesar de alegar erradicá-lo em 2014, sob pressão internacional.
O uso de tais armamentos contra a população civil continua a acirrar o debate sobre a Síria. Críticos reiteram que o regime conduziu diversos ataques do tipo — sobretudo, após 2014.
No entanto, Damasco e seus apoiadores insistem tratar-se de inteligência forjada por grupos oposicionistas e pelos serviços de inteligência das potências ocidentais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também expressou receios sobre o estado das reservas químicas do exército sírio, ao admitir, em janeiro, não ter certeza de sua erradicação.
Neste último mês, relatos emergiram de que ataques aéreos israelenses contra o território sírio, em 2020 e 2021, foram executados contra supostas áreas utilizadas pelo regime para reconstruir seu arsenal de armas químicas.
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