Nesta quarta-feira (29), o partido Ennahda da Tunísia fez um novo apelo por diálogo nacional, a fim de constituir uma frente política para reaver o processo democrático e restaurar a legitimidade do governo, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
O movimento, que detém a maioria dos assentos no legislativo — cujas operações permanecem suspensas desde julho —, conclamou “forças contrárias ao golpe a unir esforços e opiniões para angariar consensos através de um diálogo nacional abrangente”.
Em 25 de julho, o presidente tunisiano Kais Saied depôs o governo do então premiê Hichem Mechichi, suspendeu o parlamento e assumiu quase absoluta autoridade executiva.
Saied insiste que suas “medidas excepcionais” buscam resgatar o país, mas críticos o acusam de orquestrar um golpe de estado.
O Ennahda expressou sua “solidariedade com as greve de fome conduzidas por cidadãos que lutam contra o golpe, além de figuras da política nacional que decidiram participar”.
A maioria das forças civis na Tunísia rejeita as decisões de Saied, ao denunciá-las como “golpe contra a constituição”. Apoiadores do presidente alegam tratar-se de uma “correção de curso sobre a revolução de 2011”, que depôs o ex-ditador Zine el Abidine Ben Ali.
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