Em 2021, o Monitor do Oriente Médio lançou a minissérie documental “Eu e o Brasil”, contando histórias de pessoas e famílias que migraram e prosperaram no Brasil. Composta por doze episódios, nós nos despedimos da série com uma coletânea de falas sobre o que alguns personagens da série pensam sobre a causa palestina. O episódio extra de “Eu e o Brasil” apresenta declarações sobre a palestina da influenciadora Mariam Chami, dos políticos Guilherme Boulos, Michel Temer e Pedro Simon, do professor Moustafa El-Guindy e do presidente da FEPAL, Ualid Rabah.
O político e coordenador do MTST, maior movimento de moradia do Brasil, e da Frente Povo Sem Medo, frente unitária de movimentos sociais, Guilherme Boulos, afirma sobre a questão palestina que não consegue enxergar uma solução “que não passe pela garantia de direitos aos palestinos, pelo direito de retorno dos refugiados que vivem muitas vezes em acampamentos com situações precárias, e têm o direito de retornar a sua terra, e por uma convivência com direitos iguais, independente da origem de cada um, independente da religião de cada um”.
Já o ex-presidente do Brasil, Michel Temer, defende a solução de dois Estados. “O Estado de Israel já está criado, mas se cria o Estado palestino, eu tenho certeza que se isso viesse a acontecer, eu penso que eles iriam conviver com muita harmonia e sem os transtornos que hoje ocorrem naquela região”.
LEIA: “Brimos”, obra fundamental e novíssimo clássico árabe-brasileiro
O político que lutou contra a ditadura no Brasil, Pedro Simon, acredita que “mais cedo ou mais tarde vai ter que encontrar uma solução para o problema palestino. Eu acho sinceramente que, de uma forma harmônica, voltar para a decisão da ONU e ver uma forma de resolver a convivência”
O professor da UNICAMP, Moustafa El-Guindy, relembra a força da resistência palestina, exemplificando como a população em Gaza é forte, e, por essa força, ele tem certeza de que os palestinos conseguirão vencer e se libertar. “Gaza, para ter ideia do que é, é um bairro pequeno, igual um bairro pequeno de São Paulo, só que cercado de todos os lados. Qualquer coisa pra entrar lá é uma dificuldade enorme, para sair de lá é um tratamento desumano”, explica. “Mas eles são pessoas que não se entregam, são pessoas bravas e têm dignidade moral, têm moral. Lutaram contra o monstro sem escrúpulo chamado Israel. Não tenho dúvida que eles vão vencer”, afirma.
O filho de palestinos e advogado Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, a Fepal, defende o papel da Diáspora na libertação da Palestina. “Nossa gente quer libertar a Palestina, libertar a Palestina à partir da Diáspora. As pessoas não querem ficar aqui como se fossem emigrantes buscando a riqueza máxima”, afirma ele. “As pessoas querem ajudar os seus ancestrais, a terra de seus ancestrais. Querem ajudar os seus familiares que estão lá. Elas não estão contra ninguém que está lá, elas estão apenas dizendo: ‘Nós temos 10 mil anos de história e nós queremos que esses 10 mil anos de história não sejam interrompidos porque um punhado de racistas decidiu um dia que não havia povo na Palestina’”, acrescenta.
A influenciadora digital Mariam Chami reforça que “todo mundo tem que apoiar a causa palestina”. Ela afirma total solidariedade e apoio à causa palestina e lembra que não se trata de religião, “a gente está tratando de humanidade, são pessoas, mulheres, crianças… É muito triste tudo isso que está acontecendo, porque nós precisamos esquecer nacionalidades e pensar que são seres humanos, nós temos que cuidar dos seres humanos”.
LEIA: O lobby árabe na América Latina entre a realidade e a esperança