De acordo com um anúncio do Movimento Tunisiano Ennahda na sexta-feira, o presidente Kais Saied é “diretamente responsável” pelo sequestro do vice-presidente do movimento, Noureddine Bhiri.
“Esta manhã, o vice-presidente Movimento, Noureddine Bhiri, foi sequestrado por seguranças vestindo roupas civis e foi levado para um destino desconhecido”, compartilhou o Ennahda em um comunicado.
“Consideramos o presidente da República diretamente responsável pelo sequestro de Bhiri, já que ele o instigou em seus discursos”, afirmou em entrevista coletiva o membro do bureau executivo do movimento, Mohamed Goumani.
Zeinab Brahimi, outro membro da mesa executiva do movimento, afirmou na mesma entrevista coletiva: “Não há mandado de busca ou procedimento judicial, o que aconteceu com Bhiri foi um sequestro”.\
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Bhiri, 63, é advogado e político e foi ministro da justiça entre 2011 e 2013, depois se tornou ministro-delegado do chefe de governo entre 2013 e 2014.
Desde 25 de julho, a Tunísia vive uma crise política devido a “medidas excepcionais”, incluindo o congelamento dos poderes do Parlamento, o levantamento da imunidade dos deputados, a promulgação de legislação por decretos presidenciais, a demissão do primeiro-ministro e a nomeação de um novo governo.
A maioria das forças políticas e civis da Tunísia rejeita essas medidas e as considera um “golpe contra a constituição”. Em contraste, outras forças as apoiam como uma “correção do curso da revolução de 2011”, que derrubou o governo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali (1987-2011).
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