Nesta segunda-feira, 3 de janeiro, o site do jornal israelense Jerusalem Post foi invadido por hackers, que substituíram seu conteúdo por uma imagem que ameaça um local associado ao programa de armas nucleares não declaradas de Israel. A data marca o segundo ano da morte do general iraniano Qasam Soleimani, assassinado em um ataque a drones em 3 de janeiro de 2020, pelos Estados Unidos, com envolvimento de Israel, no Iraque.
O conteúdo do site ficou fora do ar por um breve período durante a manhã, na página os visitantes viam a foto de um prédio explodindo com um foguete caindo do céu, parecendo vir de um anel vermelho em um punho cerrado, acompanhada da mensagem em inglês e em hebraico “Estamos perto de onde você nem imagina”.
O anel é uma referência ao general Soleimani e o prédio da imagem era uma réplica do Centro de Pesquisa Nuclear Shimon Peres Negev, próximo à cidade de Dimona, parte da infraestrutura de Israel para o desenvolvimento de plutônio para armas a ser usado no programa de armas nucleares do país. Israel não confirma ou nega oficialmente a posse de armas nucleares, seguindo a política de ambiguidade nuclear.
Nenhum grupo reivindicou o ataque até o momento. A invasão foi solucionada e em reportagem, o Jerusalém Post afirma que a imagem dá indícios de que o ataque foi pró-Irã. Segundo o site, “a partir da ferramenta de inspeção no Google Chrome, parece que os hackers conseguiram editar as palavras-chave SEO do site do Jerusalem Post como ‘Israel, JPost, maariv, il, attack, hack [e] ransomware’, durante o ataque. Não está claro se os hackers eram do Irã ou apoiadores de fora do país ou se eram patrocinados pelo Estado”.
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Em janeiro de 2020, hackers também invadiram o site, substituindo a página inicial por uma ilustração de Tel Aviv em chamas, com o então primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nadando em busca de um colete salva-vidas e a mensagem “Esteja pronto para uma grande surpresa”.
Em reportagem do The Jerusalem Post, o ex-chefe cibernético das Forças Israelenses, Yaron Rosen, afirmou que a invasão do site por “hackers pró-irã foi parte de uma operação de influência programada para impactar as negociações nucleares em andamento em Viena”.