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Website indiano põe mulheres muçulmanas a venda em leilão virtual

Protesto pede investigação policial sobre chamado de fundamentalistas hindus para conduzir assassinatos contra a minoria islâmica, em Nova Deli, Índia, 27 de dezembro de 2021 [SAJJAD HUSSAIN/AFP via Getty Images]

A discriminação enfrentada pelas minorias indianas sob o governo de extrema-direita do premiê Narendra Modi voltou a chocar o mundo após emergirem relatos de que mulheres muçulmanas foram postas à venda na simulação de um leilão virtual.

Dezenas de mulheres proeminentes tiveram seus dados divulgados no website Bulli Bai, cujo nome remete a um termo pejorativo utilizado contra cidadãs muçulmanas.

A maioria são mulheres muçulmanas nascidas na Índia e no Paquistão e incluem figuras de destaque, como a ganhadora do prêmio Nobel, Malala Yousafzai. Muitas são oponentes do nacionalismo hindu adotado por Modi contra as minorias étnicas e religiosas.

O site, hospedado na popular plataforma americana GitHub, foi derrubado nesta terça-feira (4), após protestos. Um porta-voz da plataforma afirmou via e-mail ter suspendido a conta por violações da política sobre assédio, discriminação e incitação à violência.

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Autoridades indianas prometeram investigar o caso, ao passo que o Partido Bharatiya Janata (BJP), liderado pelo primeiro-ministro, busca consolidar seu projeto supremacista.

Segundo analistas, a ideologia do partido é uma mistura tóxica de nacionalismo étnico e religioso. Apesar de seu declínio como ideário legítimo, após a Segunda Guerra Mundial, políticas racistas ressurgiram na Índia nas primeiras duas décadas do século XXI.

Com a ascensão de Modi, muçulmanos e cristãos passaram a enfrentar ameaças no país.

O premiê de 71 anos, acusado de orquestrar a perseguição contra muçulmanos de Gujarat, em 2002, tem como base um eleitorado de fundamentalistas hindus. Igrejas e mesquitas foram atacadas na Índia e multidões foram registradas pedindo a “decapitação” de fiéis.

Em 3 de outubro, uma multidão de 250 correligionários hindus, armados com bastões de ferro, invadiu uma igreja em Rookee, no estado setentrional de Uttarakhand, governado pelo partido de Modi. Pearl Lance, filha do pastor local, foi molestada pelos homens e agredida pelas mulheres; seu telefone foi roubado. Rajat Kumar, funcionário da igreja, foi também espancado.

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“Eles me arrastaram pelo pescoço e me jogaram no chão, enquanto batiam no meu rosto e nas minhas costas”, relatou Kumar à rede Al Jazeera, com hematomas em seu olho direito. “Perdi a consciência após ser golpeado com um bastão na cabeça”.

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