O Ministro de Relações Exteriores do Irã Hossein Amir-Abdollahian afirmou, em entrevista à rede Al Jazeera, que seu governo está pronto para restabelecer relações com a Arábia Saudita.
Abdollahian descreveu o diálogo com a monarquia como “positivo e construtivo” e confirmou que representantes iranianos da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) retornarão à cidade de Jeddah, no litoral do Mar Vermelho, nos próximos dias.
O ministro destacou que Teerã acredita na importância de um diálogo que inclua Arábia Saudita, Egito e Turquia, a fim de solucionar os problemas regionais. No entanto, segundo Abdollahian, o reino deseja concentrar-se em relações bilaterais.
Em 3 de janeiro, durante visita a Amã, o chanceler saudita, Faisal Bin Farhan, insistiu, ao lado de seu homólogo jordaniano, Ayman Safadi, que as “mãos árabes estão estendidas” à república islâmica, desde que respeitadas questões de “segurança e estabilidade na região”.
Bin Farhan alegou debater com Safadi o papel de Teerã em “desestabilizar” o mundo árabe.
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Conversas diretas entre as partes foram realizadas no último ano, a fim de reconciliá-las após décadas de rivalidade regional. Em agosto, o Iraque confirmou sediar uma série de encontros secretos. A Jordânia também recebeu algumas das negociações.
Posteriormente, o governo dos Estados Unidos manifestou seu apoio à iniciativa.
Muitos consideram o diálogo como um passo adiante a possíveis soluções para tensões causadas pelas ambições expansionistas de ambos os países, por meio de conflitos por procuração. Arábia Saudita e Irã cortaram relações em meados de 2016.
Líbano, Síria e Iraque vivenciam esse atrito sobretudo nos bastidores. Entretanto, as disputas levaram a um confronto armado no Iêmen, onde uma coalizão liderada pela monarquia combate o grupo xiita houthi, que recebe apoio iraniano, desde 2015.
Em outubro, surgiram rumores de que Teerã e Riad pretendiam reabrir seus consulados nos respectivos territórios. Contudo, ao longo dos meses, as negociações não avançaram.