O comitê local para planejamento e construção da prefeitura israelense de Jerusalém aprovou nesta quarta-feira (5) projetos para instalar 3.557 novas unidades coloniais na cidade ocupada, revelou a organização não-governamental Peace Now.
Segundo a entidade israelense de direitos humanos, que monitora as atividades dos assentamentos ilegais, as novas unidades abrangem cinco planos distintos.
“Um dos projetos situa-se entre Har Homa e Givat Hamatos e os outros localizam à margem da Colina Francesa, em direção ao Monte Scopus”, detalhou o comunicado. “Todos os planos representam más notícias para a estabilidade de Jerusalém, assim como para as chances de paz; porém, o plano mais prejudicial à solução de dois estados, é o ‘plano do baixo aqueduto’”.
Este esquema refere-se à região sul do kibbutz de Ramat Rachel, perto dos assentamentos de Givat Hamatos e Har Homa, e inclui a construção de 1.465 unidades coloniais.
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Segundo o Peace Now, o novo assentamento israelense “pretende conectar Har Homa e Givat Hamatos e concluir o anel sul da ocupação, que impedirá a potencial contiguidade entre os bairros palestinos de Jerusalém Oriental e a cidade de Belém [na Cisjordânia ocupada]”.
A instituição municipal, segundo a organização, não tem autoridade para aprovar definitivamente o projeto, mas recomendou fazê-lo ao Comitê Distrital.
Ainda assim, a prefeitura israelense debaterá o plano em 17 de janeiro.
“O Comitê Distrital tem jurisdição para aprovar os esquemas e, uma vez aprovados para depósito, começa o processo de planejamento estatutário, que costuma demorar de um a dois anos”, prosseguiu a denúncia. “Após o aval … é muito mais difícil impedir sua realização”.
Desde 1967, o governo de Israel instaurou cerca de 56 mil unidades residenciais exclusivas a colonos judeus, nas terras ocupadas de Jerusalém. Os palestinos, no entanto, receberam permissão para construir apenas 600 unidades na década de 1970, observou a ong.