Três ex-comandantes militares de Israel alertaram ao jornal Haaretz, nesta segunda-feira (10), que a escalada na violência colonial na Cisjordânia ocupada pode incitar uma Terceira Intifada.
A reportagem manteve o anonimato das fontes, ao descrevê-las como membros do movimento Comandantes pela Segurança de Israel, que inclui policiais e militares da reserva, além de outros oficiais aposentados dos serviços de inteligência Shin Bet e Mossad.
“A violência desgovernada de colonos extremistas prejudica o poder de dissuasão do exército israelense”, alertaram os ex-comandantes em carta. Segundo o relato, os colonos “organizam violência em massa e desafiam a soberania e o estado de direito”.
As fontes reafirmaram que a violência colonial nos territórios ocupados chegou a um “ponto crítico”, ao atrair repúdio “não apenas de oponentes, mas também aliados, incluindo a presidência, o congresso e mesmo a comunidade judaica nos Estados Unidos”.
Os comandantes da reserva advertiram então que a “situação caótica na Cisjordânia pode instigar uma resposta de aliados árabes — como Egito, Jordânia e estados do Golfo”.
Segundo o Haaretz, os comandantes observaram que a violência colonial pode prejudicar esforços de normalização com países árabes e islâmicos, com consequências “destrutivas”.
A situação pode se agravar de tal modo que os palestinos sintam a necessidade de lançar uma Terceira Intifada. Dessa forma, os comandantes exortaram a liderança política e militar israelense a “barrar decisiva e imediatamente este fenômeno”.
Em novembro, especialistas de direitos humanos das Nações Unidas reafirmaram: “A violência colonial sempre foi um aspecto profundamente perturbador da ocupação … Em 2021, todavia, vivenciamos recordes de violência em relação aos anos recentes e incidentes mais graves”.
“O governo israelense e seu exército fizeram pouquíssimo para combater a violência e proteger os palestinos sob cerco e ocupação”, concluíram os pesquisadores da ONU.
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