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Ennahda acusa autoridades da Tunísia de controlar a mídia

14 de janeiro de 2022, às 11h45

Pessoas se reúnem para protestar contra as ‘decisões extraordinárias’ do presidente tunisiano Kais Saied em Túnis, Tunísia, em 17 de dezembro de 2021 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

O Partido Renascença da Tunísia, Ennahda, acusou as autoridades do país de “esforçar-se para colocar uma mão política e de segurança na mídia pública”.

“A supressão de direitos e liberdades se manifestou na privação dos partidos políticos de aparecer na mídia pública e no golpe contra o direito dos sindicatos de fazer greves, protestar e negociar para melhorar as condições deterioradas desse setor”, disse o Ennahda em comunicado divulgado nessa quinta-feira.

Em 25 de julho, o presidente Kais Saied depôs o governo, suspendeu o parlamento e assumiu o poder executivo.

Ele insistiu que as “medidas excepcionais” visavam “salvar” o país, mas os críticos o acusam de planejar um “golpe”.

O Ennahda, que foi fundado em 1981 e é o maior partido do parlamento tunisiano, agora suspenso, chamou as acusações de “politizadas” e exigiu que a suspensão fosse cessada imediatamente.

O chefe do Sindicato dos Jornalistas, Mahdi al-Jelassi, disse em comunicado à imprensa na terça-feira que “há uma decisão política de impedir que todos os partidos entrem na televisão pública e participem de seus programas, o que representa um grande revés para a liberdade de imprensa no país”.

No entanto, Awatef al-Saqrouni, diretor-geral da Televisão Pública, disse em comunicado à imprensa no mesmo dia que “não há decisão ou instrução de nenhum partido para impedir a ação de partidos políticos”.

O Ennahda também alertou em seu comunicado para o “perigo de continuar a retórica de incitação contra o judiciário e os juízes”.

Ele instou “todas as partes a se posicionarem firmemente contra qualquer tentativa de atingir ganhos constitucionais para garantir a independência do judiciário, sobretudo o Conselho Judiciário Supremo”.

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