O movimento libanês Hezbollah sediou uma conferência nesta quinta-feira (13) da oposição saudita, no sul do território levantino. O evento foi convocado para recordar o quinto aniversário da execução do proeminente clérigo xiita saudita Nimr al-Nimr.
Riad executou al-Nimr junto de outras 46 pessoas, em janeiro de 2016, ao considerá-lo membro do movimento houthi, que trava uma guerra no Iêmen contra uma coalizão do Golfo.
Hashem Safieddine, presidente da Assembleia Executiva do Hezbollah, compareceu ao evento e condenou a monarquia por sua “ingerência flagrante” nos assuntos libaneses.
Em resposta, Waleed Bukhari — enviado saudita a Beirute — escreveu no Twitter: “A dolorosa verdade é que o grupo terrorista Hezbollah age acima do estado”.
Neste entremeio, membros do governo libanês — incluindo o Primeiro-Ministro Najib Mikati e o Ministro do Interior Bassam Mawlawi — tentam remendar relações com Arábia Saudita e aliados do Golfo, após uma crise diplomática deflagrar-se em outubro.
Tensões emergiram após o então Ministro da Informação George Kordahi aparecer em vídeo — gravado antes de assumir o cargo — criticando a guerra no Iêmen. A monarquia e seus aliados retiraram os embaixadores das respectivas capitais e proibiram as importações libanesas.
Apesar de insistir que não renunciaria, Kordahi decidiu exonerar-se em dezembro.
Em seguida, o Ministério do Interior ordenou a deportação de opositores barenitas, apesar de abusos de direitos humanos contra ativistas e dissidentes no estado do Golfo.
Mawlawi também decretou a remoção de cartazes com retratos “ofensivos” do Rei da Arábia Saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud, instalados nos bairros meridionais de Beirute.
No início de janeiro, o premiê Mikati condenou publicamente comentários de Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, nos quais descreveu o monarca como “terrorista”.
O Presidente do Líbano Michel Aoun — notório aliado do Hezbollah — também tentou distanciar-se dos comentários de Nasrallah.
LEIA: Hezbollah libanês ‘ameaça a segurança árabe’, afirma enviado saudita