A campanha de florestamento do Negev deve continuar, ao passo que Tel Aviv recusa-se a debater a questão, confirmaram nesta sexta-feira (14) assessores próximos do Ministro de Terras e Habitação de Israel, Ze’ev Elkin, segundo informações da agência Sama.
Desde a última semana, o Fundo Nacional Judaico (FNJ), em coordenação com o governo israelense, classifica lotes pertencentes a residentes árabes de Israel — isto é, palestinos que não deixaram suas terras durante a Nakba, em 1948 — a fim de substituí-los por árvores.
Os palestinos insistem que tais atividades são um prelúdio para a expulsão de suas aldeias, habitadas por seus ancestrais há gerações e gerações.
Após protestos no Negev e ameaças do partido Ra’am de deixar a frágil coalizão de governo liderada pelo premiê Naftali Bennett, seu governo aceitou suspender o projeto.
Contudo, declarou Elkin:
Continuaremos a plantar as árvores como deveríamos. Lidaremos com o problema político. Compreendo a pressão que o público beduíno [residentes árabes] impõe ao Ra’am … No entanto, são terras do estado. Sou a favor de resolver os problemas com diálogo e esta é a linha adotada por Mansour Abbas [líder do Ra’am], a qual agradeço.
O partido árabe ameaçou deixar de votar junto do governo até que a questão seja solucionada.
Não obstante, a rede israelense Ynet News constatou que o FNJ não interrompeu suas ações e prometeu concluir o projeto dentro de cem dias. Bennett alegou que as atividades foram suspensas, mas que os “distúrbios árabes” continuam.
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