A Suprema Corte Regional de Frankfurt deu início nesta quarta-feira (19) ao julgamento de Alaa Mousa, acusado de crimes de lesa-humanidade por assessorar tortura e assassinato de prisioneiros políticos em hospitais militares do regime de Bashar al-Assad, entre 2011 e 2012.
Segundo a promotoria alemã, o médico de 36 anos é cúmplice de 18 casos de tortura na região de Homs e Damasco, incluindo um adolescente que teve seus genitais incendiados e um prisioneiro que recebeu injeção letal após ser brutalmente espancado pelas autoridades.
Mousa ainda praticava medicina em um hospital na Alemanha, quando foi detido; todavia, nega as acusações. Os promotores recorreram então a evidências coletadas pelo Centro Sírio de Pesquisa e Estudos Jurídicos, que compilou relatos de vítimas torturadas por Mousa.
Mousa ficou conhecido por algumas de suas vítimas como “doutor da tortura”.
O Centro Sírio de Pesquisa e Estudos Jurídicos coleta evidências contra criminosos de guerra e lesa-humanidade há anos e ajudou a fundamentar o processo contra o ex-coronel sírio Anwar Raslan, condenado à prisão perpétua pelo judiciário alemão, na última semana.
Raslan, de 58 anos, desertou há uma década, mas foi considerado culpado por supervisionar 27 assassinatos e quatro mil casos de tortura, em um centro penitenciário de Damasco.